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Os shopping e a insegurança pública

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Publicado em 06.06.2004 - Edição 297

Empreender, neste país, definitivamente não é uma tarefa fácil. Os empresários do setor de shopping center, por exemplo, precisam ser muito criativos para atrair a atenção e conquistar uma parte da renda dos consumidores, bastante prejudicada pelo pagamento de serviços que deveriam ser prestados pelo Governo em contrapartida ao pagamento de tantos impostos. Mesmo assim, o varejo brasileiro operado nos shoppings nacionais tem evoluído bastante e hoje ocupa uma posição de destaque em comparação ao de outros países.

 

Os shoppings brasileiros têm aperfeiçoado cada vez mais seu mix de lojas, com operações cada vez mais atrativas nos segmentos de serviços, lazer e alimentação. No entanto, um fator que desperta preocupação é o custo necessário para manter e atualizar esse padrão de qualidade, fundamental para atrair os consumidores e ainda gerar bons resultados para empreendedores e lojistas.

 

O principal vilão dessa história é a alta carga tributária paga pelo contribuinte, sem que haja nenhum retorno por parte do Governo. A questão da segurança pública ilustra com precisão esse problema. Os shoppings brasileiros gastam uma relevante parcela de suas verbas condominiais com segurança privada, enquanto, em países desenvolvidos, a maior parte desse trabalho é realizada pela polícia. E não são apenas os lojistas que pagam essa conta, bancando o custo da segurança particular. Os empreendedores também realizam investimentos altíssimos na infra-estrutura para implantação e manutenção de sistemas de alarme, circuito interno de TV, aquisição de veículos motorizados, entre vários outros itens.

 

Quando oneramos o lojista, ele perde em competitividade e atratividade perante seus clientes. Para transformar e manter os shoppings em "ilhas de segurança", os empreendedores reduzem suas margens e deixam de investir em atrativos e benefícios para o consumidor final. Manter os shoppings atrativos e rentáveis diante dessa realidade é um enorme desafio que os empreendedores e lojistas têm conseguido superar com criatividade e profissionalismo na gestão. Essas são as ferramentas que permitem ao setor continuar investindo, se atualizando e gerando empregos — uma condição essencial para a retomada do crescimento do País.


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