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A nova maturidade está chegando
Publicado em 05.10.2017 -O Brasil está envelhecendo rapidamente. A Organização das Nações Unidas prevê que 30% da população brasileira até 2050 terá mais de 60 anos. Apesar da inevitabilidade desse cenário, a nação não se tem preparado para esta realidade. Além de termos uma grande parte da população na pobreza, faltam políticas sociais compatíveis para atender às necessidades dessas pessoas que envelhecerão em algumas décadas. Portanto, não resta outra saída. Teremos de trabalhar por mais tempo.
Se isso certamente se constituirá um problema para muitos, não podemos desconsiderar que essa questão tem outro ângulo. O próprio conceito de envelhecimento está se modificando. Na década de 1960, a vida parecia ter chegado ao seu auge aos 50 anos. Na década atual, o cenário é outro. A expectativa de vida aumentou e a geração de cinquentões protagoniza uma das grandes mudanças de comportamento de nosso tempo. Hoje, é mais comum pensar em novas carreiras, casamentos e separações, formas de se vestir inimagináveis para os 50 anos. É uma geração com mais vitalidade e melhor formação que as que a antecederam.
Isso não ocorre por acaso. Para o médico Alexandre Kalache, um dos maiores especialistas em envelhecimento no mundo, os Baby Boomers, geração que viveu os anos 1960 e 1970, foram agentes de grandes transformações sociais. Estiveram à frente da revolução sexual, quebraram tabus, promoveram o debate sobre a mulher, pregaram a paz, o amor e o sexo livre; lutaram contra a ditadura. Foi uma geração habituada a contestar e a reivindicar. Esse padrão de comportamento não desaparecerá apenas porque estão envelhecendo, aposta o especialista.
Novas profissões devem surgir e outras desaparecer nos próximos anos devido à revolução tecnológica que tem alterado a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. No mundo de rupturas impulsionadas pela automação e tecnologia, é possível ter um aumento da produtividade associado à capacidade de trabalhar de forma mais inteligente, e não mais intensamente. Poderemos, então, ter uma vida mais longa, mais saudável e mais ativa. E por que não mais prazerosa?!
É inevitável o confronto com o surgimento das marcas no corpo e com a finitude no envelhecimento, mas pode-se escolher amadurecer trilhando caminhos que favoreçam a convivência e a descoberta de outros encantos no novo ciclo da vida.
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