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Remuneração Variável Retém Profissionais
Quarta edição do Termômetro ÁgilisRH mostra que ferramenta remuneração variável ajuda a diminuir a rotatividade nas organizações, mas ainda precisa ser aperfeiçoada. Publicado em 05.02.2012 - Edição 696 Em tempos de apagão de mão de obra qualificada, as empresas pernambucanas têm adotado a remuneração variável, baseada no resultado da empresa e no desempenho dos profissionais, como estratégia para atrair e reter talentos. Como resultado, as organizações, tanto públicas como privadas, percebem um maior comprometimento dos profissionais, menor rotatividade na equipe e aumento no índice de satisfação dos empregados.
Essa foi a conclusão da quarta edição do Termômetro ÁgilisRH, sondagem realizada pela ÁgilisRH, empresa integrante da Rede Gestão, junto a 146 sócios, gestores, profissionais e gerentes de RH de 52 empresas privadas pernambucanas, das áreas de construção civil, comunicação, serviços, comércio e indústria, e cinco organizações do setor público.
Do total de empresas ouvidas, 38,4% adotam a remuneração variável para toda a equipe e 30,1% apenas para os gestores. “A maioria das empresas pesquisadas já adota alguma forma de remuneração variável, baseada em metas e desempenho, porque percebe os resultados práticos dessa ferramenta”, comenta a consultora Eline Nascimento, coordenadora da sondagem.
Entretanto, entre as organizações pesquisadas, 31,5% ainda se limitam ao salário mais pacote de benefícios. Nesses casos, diz a consultora, é importante criar condições para melhorar o modelo de remuneração, tornando a organização atraente. “Esse processo deve considerar as condições da instituição e ter critérios muito bem definidos”, orienta.
Para 28% dos entrevistados, a prática da remuneração variável gera como principal ganho a retenção e o comprometimento dos profissionais, seguidos da satisfação dos empregados (26,3%) e do estímulo à corresponsabilidade e busca pelo autodesenvolvimento (22,3%). Para 13,2%, o maior benefício é a ampliação da atratividade da organização e, para 7,5%, o impacto positivo na imagem. “As empresas estão percebendo que adotar uma política estruturada de remuneração variável é uma estratégia eficaz para lidar com a alta rotatividade no mercado de trabalho no atual momento de aquecimento da economia pernambucana”, assinala a consultora.
A sondagem também avaliou como se dá a remuneração variável nas organizações que adotam essa ferramenta em sua estratégia de gestão. Em 40,1% das empresas, a remuneração variável está atrelada ao resultado das áreas. Em 33%, ao resultado geral da organização. E apenas em 26,7%, a remuneração está vinculada à avaliação de desempenho dos profissionais.
Para Eline, esse é um dado preocupante. “A avaliação individual permite uma distribuição mais justa, baseada na meritocracia”, afirma. Segundo ela, a avaliação de desempenho confere maior transparência ao processo, deixando mais claro para a equipe os critérios utilizados pela empresa para remunerar os resultados. “Se esses critérios são subjetivos, de acordo com cada gestor, ou baseados apenas no desempenho da empresa ou de áreas, a remuneração variável pode ser vista como injusta”, alerta.
Na opinião da consultora, o resultado da sondagem mostra que uma boa parte das empresas está no caminho certo, mas precisa aperfeiçoar seus processos de remuneração variável para ampliar os ganhos que podem ser obtidos com a adoção dessa prática. “É importante que as empresas e os profissionais de RH, como assessoria estratégica, aperfeiçoem suas políticas de remuneração com ferramentas como a avaliação de desempenho, tornando-as mais transparentes, justas e eficazes”, orienta.
Mas só cuidar da remuneração não é suficiente. Segundo Eline, as organizações devem estar atentas para outros aspectos relevantes relacionados à gestão dos recursos humanos. “É importante, também, cuidar da gestão do clima, trabalhar as lideranças, oferecer planos de carreira e desenvolvimento profissional, enfim, desenvolver uma política estruturada e eficaz para a gestão de RH”, ressalta.