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Autorretrato da Geração Y

Segunda edição do Termômetro ÁgilisRH mostra a percepção dos jovens profissionais sobre si mesmos e sobre o mercado.
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Publicado em 20.03.2011 - Edição 650

          Muito se tem falado sobre a Geração Y, suas características e crenças. Mas o que é mesmo a Geração Y? Alguns autores a definem como a geração nascida a partir de 1980 e que engloba a faixa etária até os 30 anos de idade. Pode-se dizer, então, que é a geração formada por jovens que estão cursando as universidades ou nos primeiros anos de sua vida profissional. 
          Esse público foi o foco da segunda edição do Termômetro ÁgilisRH, uma sondagem que contou com a participação de 60 jovens da cidade do Recife, estudantes de vários cursos universitários e profissionais com menos de 10 anos de formados já inseridos no mercado de trabalho. O objetivo foi compreender a percepção dessa geração sob a ótica dos próprios jovens e mapear questões relevantes para a discussão das relações de trabalho na atualidade.
          Inicialmente, foi perguntado aos participantes quais as características marcantes dos profissionais dessa faixa etária. Num primeiro bloco de respostas, eles citaram: (1) busca por resultados imediatos, impaciência para crescer e aprender; (2) maior disposição para correr riscos na construção da carreira; e (3) desejo de autonomia e independência. 
          A primeira reflexão sobre essas definições é se elas são exclusivas dessa geração ou se fazem parte de uma fase da vida pela qual várias gerações anteriores também passaram. A impaciência, assim como a disposição para correr riscos, apesar de ter uma forma típica de se apresentar em cada época, é uma característica observada também em jovens profissionais de outras gerações. Vale analisar se não estamos “criando” um estereótipo de algo que, na verdade, é um comportamento comum a uma determinada faixa etária. 
          Os jovens ouvidos também revelaram outras características da Geração Y: (4) pouca fidelidade às empresas e baixa tolerância à hierarquia e (5) vontade de inovar e de ter voz ativa dentro da empresa, buscando significado para sua inserção no trabalho. 
          Sobre elas, vale assinalar que, de fato, a relação profissional-empresa mudou  significativamente ao longo da última década e hoje tem uma nova dinâmica. Os jovens profissionais não permanecem mais um longo tempo na mesma organização e visualizam o seu crescimento pela mudança de empresa, e não pela ascensão dentro de uma mesma organização. Num mundo cada vez mais acelerado, em que há uma overdose de ofertas e onde as pessoas têm acesso a tudo em tempo real, a pouca tolerância à frustração e a dificuldade em lidar com o planejamento de longo prazo se tornam cada vez mais presentes. Isso gera um grande desafio para dirigentes, gestores e profissionais de RH das organizações na retenção desses profissionais no seu quadro de talentos.  
          Talvez lidar com essas características no ambiente organizacional seja mais fácil para a empresa que investe no desenvolvimento de programas de integração, estágio e trainee estruturados, que dão mais visibilidade ao potencial de cada jovem e permitem que eles se enxerguem no futuro da organização. É importante aproveitar a valorização dos jovens em relação ao trabalho em equipe, outra marca da Geração Y, para integrar o pensamento dos novos profissionais à experiência dos mais velhos, viabilizando uma diversidade que conta pontos para a competitividade da empresa ou organização.
          O Termômetro ÁgilisRH também investigou o que os jovens profissionais da  Geração Y esperam das organizações, tema do artigo do próximo domingo aqui na Desafio 21
 


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