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Humanismo Empresarial
A Era do Conhecimento exige capacitação e habilidade em relações interpessoais. Publicado em Sun Dec 27 11:49:00 UTC 2009 - Edição 586
É tal a exigência do novo mundo do trabalho que muitos especialistas convergem neste ponto: a “especialização” em gente, o foco nas pessoas e nos talentos. O que, em negativo, significa uma contrapartida aos longos anos em que o ser humano foi apenas um número, uma cifra, um instrumento na sociedade industrial. Mas essa busca de compreensão ampla do ser humano — de certa forma, ainda é uma busca! — também reflete uma falta a ser reparada. É que há inúmeras áreas onde são mais lentas as mudanças que a era pós-industrial anuncia. Por outro lado, como exemplos vivos, já existem empresas onde o profissional é valorizado ou visto em sua complexidade, não porque haja simplesmente uma filosofia humana a embasar os negócios, mas pela necessidade imediata, senão urgente, de novos paradigmas da gestão. É o caso de organizações que prezam pelo lúdico, pelo informal, pela flexibilidade e em que não faltam humor, arte e criatividade. Nesse mundo novo, onde se edifica a já denominada Era do Conhecimento, faz-se aguda a capacitação e a habilidade em relações interpessoais. Trabalha-se não só com mentes, mas nas mentes. Por isso, não bastam apenas regras impessoais, buscam-se emoções criadoras e, claro, produtivas. Jogo, trabalho e lazer se confundem e se interpenetram.
Esse mundo novo e multidimensional — estudado e preconizado, dentre outros, por figuras como McLuhan, Peter Drucker, Domenico De Masi, Edgard Morin, precedido pelo que sempre aconteceu no universo artístico — exige, de fato, um novo arranjo no plano empresarial e um conhecimento de experiências da complexidade que garantam seu pleno funcionamento. Assim, toda tecnologia não passa de uma árida abstração sem se reger por esse novo humanismo, aliás curiosamente exacerbado pelo próprio avanço tecnológico. Eis por que há equipamentos “inteligentes” que ainda não funcionam como se espera, causando ruídos de comunicação e, sobretudo, retrabalho e prejuízo. O cotidiano empresarial está cheio desses exemplos e isso porque ainda não se percebeu muito bem que estamos saindo de um mundo puramente mecânico e analógico para um mundo digital, ou seja, um mundo que de fato reflete e projeta a nossa mente, como sugerem os mais recentes trabalhos na área da ciência cognitiva.
Uma vez reposta a centralidade humana, não é difícil perceber quem estará à frente de um mundo que, por efeito da tecnologia, aproximou diferenças, em explícito desafio às nossas identidades. A resposta é quase tautológica: quem entende de gente. Mas quem entende sob a condição de contextualizar as pessoas nesse novo e complexo ambiente de mudanças. Não por acaso, alguns termos frequentam com assiduidade cada vez maior a agenda empresarial, a exemplo de responsabilidade, ética, estética, inovação, equipe, parceria, capital humano, redes sociais e tantos outros que se encaixam sob a rubrica do intangível e que envolve aspectos intersubjetivos, vinculados a essa mudança de paradigma.
Mais do que a nós, contemporâneos, caberá às próximas gerações a consolidação desse recente humanismo empresarial. Por ora, cabe-nos trabalhar, cada qual em sua área, pela emergência completa desse novo e saudável antropocentrismo, cientes dos seus desafios e conscientes de que — para entender de gente — o repertório das artes e das humanidades tem muito a oferecer ao mundo corporativo.
Esse mundo novo e multidimensional — estudado e preconizado, dentre outros, por figuras como McLuhan, Peter Drucker, Domenico De Masi, Edgard Morin, precedido pelo que sempre aconteceu no universo artístico — exige, de fato, um novo arranjo no plano empresarial e um conhecimento de experiências da complexidade que garantam seu pleno funcionamento. Assim, toda tecnologia não passa de uma árida abstração sem se reger por esse novo humanismo, aliás curiosamente exacerbado pelo próprio avanço tecnológico. Eis por que há equipamentos “inteligentes” que ainda não funcionam como se espera, causando ruídos de comunicação e, sobretudo, retrabalho e prejuízo. O cotidiano empresarial está cheio desses exemplos e isso porque ainda não se percebeu muito bem que estamos saindo de um mundo puramente mecânico e analógico para um mundo digital, ou seja, um mundo que de fato reflete e projeta a nossa mente, como sugerem os mais recentes trabalhos na área da ciência cognitiva.
Uma vez reposta a centralidade humana, não é difícil perceber quem estará à frente de um mundo que, por efeito da tecnologia, aproximou diferenças, em explícito desafio às nossas identidades. A resposta é quase tautológica: quem entende de gente. Mas quem entende sob a condição de contextualizar as pessoas nesse novo e complexo ambiente de mudanças. Não por acaso, alguns termos frequentam com assiduidade cada vez maior a agenda empresarial, a exemplo de responsabilidade, ética, estética, inovação, equipe, parceria, capital humano, redes sociais e tantos outros que se encaixam sob a rubrica do intangível e que envolve aspectos intersubjetivos, vinculados a essa mudança de paradigma.
Mais do que a nós, contemporâneos, caberá às próximas gerações a consolidação desse recente humanismo empresarial. Por ora, cabe-nos trabalhar, cada qual em sua área, pela emergência completa desse novo e saudável antropocentrismo, cientes dos seus desafios e conscientes de que — para entender de gente — o repertório das artes e das humanidades tem muito a oferecer ao mundo corporativo.