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Novos Modelos de Liderança
Conceitos inovadores de gestão e liderança vêm sendo apresentados longe dos tradicionais espaços associados a excelência e qualidade. Publicado em Sun May 11 18:13:00 UTC 2008 - Edição 501
Durante os últimos cinqüenta anos, tornou-se consenso a idéia de que os grandes líderes executivos eram formados em empresas como GE e Procter & Gamble, grandes consultorias como McKinsey ou universidades renomadas como Harvard. Hoje, entretanto, vivemos em um mundo diferente. A globalização se tornou realidade, os mercados e a força de trabalho cresceram, e a diversidade virou regra. O processo de liderança vem sendo distribuído por capilaridade ao longo da organização, e colaboradores internos, junto com elementos de fora da organização, tornaram-se fundamentais nas tomadas de decisão. Nesse cenário, a imagem do líder ideal e o próprio conceito de liderança vêm sendo repensados. Experiências pouco comuns e em lugares muito distantes de Cambridge ou do MIT ganham cada vez mais espaço.
Linda Hill, professora de Wallace Brett Donham, responsável pela disciplina de Administração da Harvard Business School, observou a liderança através de diferentes prismas, pesquisando economias emergentes, da Argentina à África do Sul, da Índia aos Emirados Árabes. Ela constatou que, como os talentos humanos não são necessariamente relocáveis, executivos bem-sucedidos em um determinado contexto podem não ter essa mesma performance reproduzida em uma cultura distinta.
Na África do Sul, por exemplo, muitos líderes negros tiveram sua iniciação no movimento antiapartheid. Hoje, no País, vem ganhando cada vez mais espaço um estilo gerencial denominado ubuntu, que conseguimos traduzir como "Eu sou porque nós somos" (I am because we are). O modelo mental sugerido pelo ubuntu contempla uma habilidade fundamental, não importa em que tipo de negócio você está: criar parcerias entre as empresas e dentro delas.
A HCL Technologies é uma empresa indiana de TI rotulada como praticante do mais moderno sistema de gestão do momento. Em uma atitude de grande impacto, a HCL utilizou de forma provocativa a seguinte visão: empregados primeiro, clientes segundo. O foco é atrair e manter os melhores talentos em um mercado de mão-de-obra altamente competitiva.
Analisando as grandes empresas do momento, muitas não têm o carisma ou o trabalho no front, pois os líderes não atuam ali. A Toyota, por exemplo, tem hoje um líder menos conhecido e menos presente na mídia do que outras companhias com resultados bem mais tímidos. O líder low profile é um bom exemplo de Liderança da Retaguarda (Leading from Behind). Linda Hill diz que a idéia da Liderar na Retaguarda surgiu de um dos livros de Nelson Mandela, que descreveu a maneira como o líder de sua tribo conduzia seus seguidores. Segundo ele, um líder é como um pastor de ovelhas. Ele permanece na retaguarda do rebanho, permitindo que seus mais habilidosos colaboradores sigam na dianteira, sendo acompanhados determinantemente pelo rebanho sem perceber que, ao longo de todo o caminho, estão sendo liderados pela retaguarda.
Liderar na Retaguarda não implica abster-se de responsabilidade. Ao final da jornada, o pastor continua sendo o responsável pelo objetivo de manter todos juntos e atingir o alvo. Não subjuguemos essa nova arquitetura de liderança, pois muitos que lideram da retaguarda são plenamente capazes de fazê-lo também na linha de frente, se isso for necessário. O próprio Mandela liderou em ambas as posições com igual crédito, subtraídas aqui suas habilidades incomuns.
Hoje a competência de líderes e gestores é medida menos como conhecimento específico e mais em termos de habilidades. Seja qual for o estilo adotado, depende de cada um fazer com que as pessoas entendam o que você é capaz de realizar para os projetos da organização.
Linda Hill, professora de Wallace Brett Donham, responsável pela disciplina de Administração da Harvard Business School, observou a liderança através de diferentes prismas, pesquisando economias emergentes, da Argentina à África do Sul, da Índia aos Emirados Árabes. Ela constatou que, como os talentos humanos não são necessariamente relocáveis, executivos bem-sucedidos em um determinado contexto podem não ter essa mesma performance reproduzida em uma cultura distinta.
Na África do Sul, por exemplo, muitos líderes negros tiveram sua iniciação no movimento antiapartheid. Hoje, no País, vem ganhando cada vez mais espaço um estilo gerencial denominado ubuntu, que conseguimos traduzir como "Eu sou porque nós somos" (I am because we are). O modelo mental sugerido pelo ubuntu contempla uma habilidade fundamental, não importa em que tipo de negócio você está: criar parcerias entre as empresas e dentro delas.
A HCL Technologies é uma empresa indiana de TI rotulada como praticante do mais moderno sistema de gestão do momento. Em uma atitude de grande impacto, a HCL utilizou de forma provocativa a seguinte visão: empregados primeiro, clientes segundo. O foco é atrair e manter os melhores talentos em um mercado de mão-de-obra altamente competitiva.
Analisando as grandes empresas do momento, muitas não têm o carisma ou o trabalho no front, pois os líderes não atuam ali. A Toyota, por exemplo, tem hoje um líder menos conhecido e menos presente na mídia do que outras companhias com resultados bem mais tímidos. O líder low profile é um bom exemplo de Liderança da Retaguarda (Leading from Behind). Linda Hill diz que a idéia da Liderar na Retaguarda surgiu de um dos livros de Nelson Mandela, que descreveu a maneira como o líder de sua tribo conduzia seus seguidores. Segundo ele, um líder é como um pastor de ovelhas. Ele permanece na retaguarda do rebanho, permitindo que seus mais habilidosos colaboradores sigam na dianteira, sendo acompanhados determinantemente pelo rebanho sem perceber que, ao longo de todo o caminho, estão sendo liderados pela retaguarda.
Liderar na Retaguarda não implica abster-se de responsabilidade. Ao final da jornada, o pastor continua sendo o responsável pelo objetivo de manter todos juntos e atingir o alvo. Não subjuguemos essa nova arquitetura de liderança, pois muitos que lideram da retaguarda são plenamente capazes de fazê-lo também na linha de frente, se isso for necessário. O próprio Mandela liderou em ambas as posições com igual crédito, subtraídas aqui suas habilidades incomuns.
Hoje a competência de líderes e gestores é medida menos como conhecimento específico e mais em termos de habilidades. Seja qual for o estilo adotado, depende de cada um fazer com que as pessoas entendam o que você é capaz de realizar para os projetos da organização.