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O Desafio de Aprender Inglês

Por que profissionais e executivos ainda resistem a investir em uma necessidade básica - o domínio do segundo idioma.
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Publicado em 13.04.2008 - Edição 497

          O domínio de um segundo idioma ainda é a pedra no sapato de muitos profissionais e executivos, em especial daqueles que já estão há algumas décadas longe das salas de aula. Se, para jovens profissionais, formados em plena era da globalização, falar inglês é algo quase natural; para seus antecessores, a falta de fluência na língua inglesa é uma fraqueza que, cada vez mais, se transforma em barreira para a realização de novos negócios e novas parcerias. A boa notícia é que é possível se tornar fluente em inglês, desde que o profissional queira aprender e trace um plano eficiente de aprendizado. Nesta entrevista, Peter Ratcliffe, sócio-diretor do Sharing English, empresa integrante da Rede Gestão, fala mais sobre o tema.

Os profissionais, empresários e executivos estão conscientes da importância de dominar um segundo idioma?

         
          Com o aumento dos negócios com empresas estrangeiras, falar inglês se tornou de fato uma necessidade prática. Quem não domina o idioma simplesmente pode ficar de fora desse jogo. Há o reconhecimento de que o inglês é importante, mas, de uma forma geral, os executivos não querem investir em um programa consistente de aprendizado. Quando surge a necessidade, muitas vezes eles solicitam um intérprete de última hora, mas esta não é a situação ideal. Quando vem ao Brasil, o empresário de fora não quer negociar com intérpretes. Se o executivo domina o inglês para comandar uma negociação, sem dúvida ele passa uma imagem mais profissional e tem mais chances de sucesso.

Por que há tanta resistência em se aprender inglês, se todos reconhecem sua necessidade?

         
          Essa é uma questão bem complexa, que envolve vários fatores. Admitir que não sabe inglês, voltar a estudar uma segunda língua após tanto tempo é algo que mexe com a  imagem, com a auto-estima. Outro problema é que muitos não têm sequer o conhecimento básico e se sentem constrangidos em começar a estudar do zero, como se isso fosse uma fraqueza. Além disso, há aquela velha desculpa da falta de tempo. Essa situação faz com que o executivo fique empurrando o problema com a barriga e não retome o estudo do idioma.

É possível um profissional com esse perfil se tornar fluente?

         
          Com uma boa estratégia, sim. Um executivo com essas características, por exemplo, tende a desistir se entrar em turma convencional. Normalmente, ele se sente envergonhado de interagir com um grupo ou termina não se adaptando aos horários das aulas. Uma boa saída pode ser um curso intensivo individual nos primeiros meses, para que ele adquira os conhecimentos básicos e ganhe mais segurança para começar a interagir com outros alunos. Entre três e seis meses de aula, dependendo do desempenho individual, já é possível perceber os primeiros resultados. Com disponibilidade e dedicação, pode-se obter fluência após uns dois anos de aulas.

Que conselho você daria para quem precisa aprender inglês, mas ainda tem resistência a dar o primeiro passo?

         
          Admitir que se trata de um imenso desafio, mas que precisa ser encarado. Dominar um segundo idioma não é mais um diferencial, é uma necessidade. Com um plano e uma abordagem adequada, o processo se torna muito mais eficiente e menos traumático do que se imagina.


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