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Tendências do Setor de Shopping Centers no Brasil

O segmento de shoppings vive um momento promissor, atraindo o interesse de investidores internacionais.
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Publicado em 17.02.2008 - Edição 489

          O segmento de shopping centers no Brasil se encontra em um momento bastante promissor. A abertura de capital de alguns dos principais grupos nacionais aliada à entrada de investidores estrangeiros oxigenou o setor, provocando um número recorde de fusões e aquisições, lançamentos de projetos inovadores e um grande investimento na expansão e  revitalização de shoppings em todo o País. 
          Esse cenário positivo é resultado de uma combinação de vários fatores. Dentre eles, destacam-se o interesse de empreendedores internacionais por novos mercados e o potencial de crescimento do varejo nacional, devido ao aumento do crédito, ao crescimento da renda da população e à queda da taxa de juros. Essa fórmula, associada à estabilidade econômica e à própria maturação da indústria brasileira de shopping centers, delineia um cenário muito positivo e otimista para o segmento. 
          Implantados a partir da bem-sucedida experiência do modelo norte-americano, os shoppings brasileiros adotam o conceito de gestão centralizada, com a maioria das lojas locadas, estudo minucioso do mix de produtos e serviços e relação equilibrada entre lojas-âncoras (grandes supermercados, lojas de departamento, cinemas, etc.) e satélites (operações especializadas). O Brasil tem uma indústria de shoppings moderna, com empreendimentos muito bem equipados, bons recursos humanos e tecnológicos, além de compromisso socioambiental.
          Toda essa movimentação tem aumentado o nível de profissionalização, acirrando a concorrência entre os shoppings brasileiros. Isso naturalmente leva a uma maior busca por inovação e novos mercados, influenciando o surgimento de novos formatos. Seguindo uma tendência mundial, os shoppings devem passar a apostar cada vez mais no conceito de uso misto — empreendimentos integrados a outros tipos de equipamentos, como hotéis, escritórios, residências, sistema de transporte, entre outros. Nesse formato, embora cada empreendimento deva se rentabilizar isoladamente, eles se ajudam e se complementam, gerando um maior fluxo de clientes e consumidores.
          Outra tendência são os shoppings menores, para atender mercados em desenvolvimento, também agregando vários serviços, com o objetivo de proporcionar facilidade e conveniência ao consumidor. A oferta de serviços, aliás, será ampliada para um nível muito além do que estamos acostumados hoje, ganhando mais espaço dentro das lojas e dentro da estratégia e do mix dos shoppings.
          Também se observa no mercado internacional projetos influenciados pelos antigos centros comerciais urbanos. Esse formato tem tido muito sucesso porque cria um agradável centro de convivência para as compras, oferecendo segurança e comodidade — marcas registradas dos shoppings —, mas mantendo, em seu projeto arquitetônico, o charme da rua e o estilo de vida da cidade. 
          Para que o setor aproveite essas boas oportunidades e perspectivas, é preciso, entretanto, superar grandes desafios. Alguns comuns a outros setores, como a alta carga tributária com pouquíssima contrapartida e a falta de investimento público em infra-estrutura. Outros mais específicos do segmento, como a ausência de boas fontes de financiamento, inclusive para os lojistas, e a confirmação do cenário positivo da economia nacional observado em 2007.
          O mercado nacional de shoppings centers vive uma boa fase, e quem conseguir compreender melhor os novos fatos, as tendências e as mudanças que estão por vir terá ainda mais chance de traçar uma estratégia de sucesso para se consolidar nesse importante segmento da economia, responsável, no Brasil, pela geração de 630 mil empregos e por uma arrecadação significativa de impostos. 

 

 


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