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Mercado de Tecnologia Requer Preparo

Para atuar nesse campo revolucionário, é preciso contar com a “banda larga do pessoal” — termo usado por Bill Gates para realçar o valor da inteligência coletiva das equipes.
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Publicado em Sun Sep 02 13:35:00 UTC 2007 - Edição 465
Antigas previsões indicavam que haveria escassez de mão-de-obra para atender às demandas do mercado na área da Tecnologia da Informação. Agora, essa situação se constitui numa realidade, a exigir investimento urgente no desenvolvimento de capital intelectual. Na economia do conhecimento, o que agrega valor aos produtos e serviços é a incorporação de um percentual significativo de inovação, tecnologia e inteligência. Esses são os alicerces da fundação do universo digital, onde o tempo adquiriu um novo ritmo, os espaços perderam suas fronteiras, e o ciclo de vida das invenções tornou-se imprevisível.
 O que se pretendia com a primeira versão da Internet, por exemplo, era abrir uma rede de trabalho destinada a militares, acadêmicos e técnicos. Hoje, sua segunda versão, web 2.0, constitui-se numa rede de informação global. Brevemente, será substituída pela web 3.0 (web semântica), cujos recursos darão subsídios à gestão do conteúdo. Ou seja, das páginas da rede, surgirá uma rede de cruzamento de dados. 
 O tamanho e a funcionalidade desse universo tendem a se ampliar. A televisão digital será capaz de integrar informações pela via dos seus agentes inteligentes (softwares que escolhem programas para o usuário), proporcionando interatividade com canais de vendas, propagandas direcionadas e de acesso à web. As conexões entre equipamentos portáteis permitirão monitorar as condições de fornecimento e a utilização de serviços como água, luz, sistemas de segurança, assim como o funcionamento dos eletrodomésticos e dos automóveis. O sistema bancário deverá criar uma página para cada cliente na Internet, para viabilizar todo tipo de operação e de informações financeiras.
 Mas, para atuar nesse campo revolucionário, é preciso contar com a “banda larga do pessoal” — termo utilizado por Bill Gates para realçar o valor da inteligência coletiva das equipes, comparadas por ele a um amplo sistema de comunicação, capaz de armazenar e de transportar informações. No seu entendimento, quanto maior for a “banda larga do pessoal”, maior será a força da empresa. No Brasil, o segmento empresarial da informática se ressente da falta de mão-de-obra especializada para atender à demanda do mercado de trabalho. Muitas assumem a capacitação do seu próprio pessoal. Outras, apesar de trabalhar em parceria com instituições de Ensino Superior, como é o caso do Instituto Nokia de Tecnologia – INdT, consideram a formação universitária lenta. No Recife, por exemplo, o C.E.S.A.R., empresa integrante do Porto Digital, recebe currículos de todo o mundo e importa profissionais para preencher suas vagas. É o caso de um dos seus gerentes, o indiano Devendra Tewari, que chegou à cidade em 2000 para desenvolver um projeto e permanece até hoje contratado.
 Estudos indicam que a quantidade de softwares utilizada nas empresas aumenta exponencialmente. Há cinco anos, elas tinham em média cinco sistemas de informação. Hoje, a média em uma grande corporação é de cem. Em dez anos, a previsão é de que esse número cresça para seiscentos, repercutindo intensamente na demanda de profissionais. No entanto, a existência de um mercado em expansão não significa portas abertas a qualquer profissional. A globalização, a intensa competição entre empresas e a crescente qualificação exigida requerem, além do talento, da dedicação, permanente preparo e capacidade de compartilhar conhecimentos, para atuar com equipes muitas vezes integradas a redes de conexão internacional.

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