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Saber Envelhecer

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Publicado em 17.06.2019 -

 A maioria das pessoas passa a vida esperando as férias, finais de semana, feriados, aposentadoria, para desfrutar a vida.  Assim, vão se distanciando daquilo que valorizam no dia a dia e que não precisariam postergar. Alguns se perguntam o que têm feito com o tempo e constatam que o desperdiçaram com stress, excesso de compromissos, exigências e expectativas, temores que obscurecem a visão de futuro, o que representa envelhecer e a proximidade do fim da vida.     

Quanto ao aspecto da finitude, Ana Cláudia Quintana, geriatra e especialista em Cuidados Paliativos, em seu livro A morte é um dia que vale a pena viver (2019), afirma que não deveríamos nos assustar com a morte, mas com a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la. Para esta autora, a morte merece nosso respeito. É um ponto de vista interessante. 
O respeito implica responsabilidade com as escolhas, cuidado com a vida e consciência de que ela vale a pena ser vivida.  Assim como sabedoria para lidar com os momentos de sofrimento e tristeza que surgem, podendo ser superados e dar lugar a outros que trazem alegria. 
               Ana Cláudia Quintana considera que não morremos somente no dia da morte. Morremos antes, quando nos esquecemos de nós próprios. Adotando como referência o livro da enfermeira australiana Bronnie Ware, “Antes de partir: uma vida transformada pelo convívio com pessoas diante da morte”, conta quais são os cinco maiores arrependimentos que os pacientes terminais citam:  
a) abrir mão das próprias escolhas para privilegiar a dos outros;  
b) ocultar os sentimentos em relação às pessoas que mais importam. A perda das chances de demonstrar o afeto chega com toda a força no fim da vida;  
c) perder o vínculo com os amigos; 
d) trabalhar com o que não traz satisfação, cujas consequências costumam ser o aparecimento de doenças e depressão;  
e) ter consciência de que “deveria ter feito de si mesmo uma pessoa mais feliz”.  
             
               O Brasil, em breve, se tornará uma “nação de cabelos brancos”.  A população brasileira viverá mais e precisará trabalhar por muito mais tempo.  Decidir o que fazer com o tempo é precioso, interfere diretamente na qualidade de vida, particularmente quando se está envelhecendo. Isto significa se responsabilizar pelo destino da vida que resta. 
            Para muitos, o caminho pode ser reinventar-se. Isso exige coragem e decisão para mudar. A maturidade pode ser tempo de novas possibilidades, tempo de apostas naquilo que se acredita e deseja. A experiência pode ser uma grande aliada para impulsionar novas escolhas, novos caminhos e um saber-fazer no tempo da madureza, no dizer de Drummond:“...E o tempo que levou uma rosa indecisa a tirar sua cor dessas chamas extintas era o tempo mais justo.... Onde não há jardim, as flores nascem de um secreto investimento em formas improváveis.”
 

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