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Jardins “ativos” no Parque Capibaribe

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Publicado em 26.07.2018 -

 O Projeto Parque Capibaribe, convênio entre a Prefeitura da Cidade do Recife e a Universidade Federal de Pernambuco, através do Inciti, é uma mudança de paradigmas pela visão integradora dos diversos sistemas da paisagem urbana mesclando meio ambiente e infraestrutura, e atendendo às complexas necessidades sociais. No entanto, é fundamental a criação de áreas de convivência, que atraiam os cidadãos e resulte em uma vigilância espontânea do logradouro. O desafio é criar uma hierarquia espacial entre áreas públicas e privadas através de uma zona de transição de espaços semipúblicos e semiprivados que despertem no cidadão uma sensação de pertencimento da sua casa, da sua rua e, consequentemente, do seu bairro e da sua cidade. A paisagem do Recife, tão diversificada histórica e culturalmente, não suporta mais ser emparedada. Este fenômeno ocorre não só nos novos empreendimentos, mas também em casas e edifícios pré-existentes em diversos bairros. Somando-se muros, cercas elétricas e arames farpados, o resultado são moradores vivendo em “prisões” e pedestres apressados, com medo.

O jardim de uma casa ou prédio apenas ornamental, sem uso, se torna simples passagem, vazio e sem olhos para fora. A solução são os jardins “ativos” que ofereçam espaços de convivência, recreação e lazer, que incentivem a permanência dos moradores nesses espaços semiprivados, resultando numa vigilância social nas vias públicas. Nos setores residenciais dos bairros esta é a solução para que possamos vivenciar novamente a rua, compartilhada com bicicletas, calçadas desimpedidas, arborizadas e rodeadas de jardins e pessoas. O gradil ou vidro transparente, por exemplo, permite que o transeunte aprecie os jardins das edificações, perceba as pessoas e pressinta segurança, além de propiciar aos moradores o reconhecimento da vizinhança.
 
“Se reforçarmos a vida na cidade de modo a permitir que mais pessoas andem e passem o tempo nos espaços públicos, em quase todas as situações a segurança vai aumentar, tanto a real como a percebida. A presença de outros cidadãos indica que o lugar é aceitável, bom e seguro. Existem olhos na rua e olhos para a rua, o que torna interessante aos moradores dos prédios vizinhos acompanharem o movimento das ruas. (Jan Gehl – Cidade Para Pessoas).
 
Nas centralidades comerciais dos bairros a solução é o uso misto das edificações, com fachadas ativas, a exemplo de lojas, serviços, bares e restaurantes ao longo de largas calçadas com bancos, mesas, quiosques e árvores, integradas a ciclovias. Dessa maneira, a rua transcende a simples função de via de circulação e passa a ser também uma rua parque, com identidade própria de lugar, vida comunitária e paisagem vibrante, tanto nas áreas comerciais e de uso misto como nas áreas residenciais dos bairros ao longo do Rio Capibaribe.
 

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