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Não Basta Planejar

O monitoramento cuidadoso do planejamento estratégico permite que a empresa ajuste a rota e aproveite oportunidades inesperadas.
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Publicado em 04.01.2013 - Edição 744
O final de um ano e início de outro é sempre um momento oportuno de avaliação do que passou e de planejamento das ações para um novo ciclo. No entanto, a tarefa de atualizar e registrar as intenções para o novo período não é suficiente. A experiência mostra que, muitas vezes, as melhores ideias podem surgir não no momento do planejamento, mas na fase do acompanhamento do que foi planejado.
 
O planejamento estratégico é uma ferramenta fundamental de desenvolvimento de um modelo de gestão orientado para o futuro e, portanto, não deve ser dispensado. É importante adotar uma metodologia de planejamento dinâmica e consistente, com menos esforço no detalhamento excessivo de atividades e cronogramas, mas com foco principal nos alvos estratégicos e no que não pode deixar de ser feito no período.
 
A reflexão e a tentativa de antecipação das tendências do mercado e dos movimentos da concorrência devem fazer parte do planejamento, mas não é possível prever o futuro com exatidão. Afinal, como teria dito Garrincha, na Copa de 1958, para o técnico brasileiro, Vicente Feola, após o comandante tentar desenhar uma jogada que terminaria em gol do Brasil contra a União Soviética: “O senhor já combinou tudo isso com os russos?”. O futuro não depende apenas de quem está projetando.
 
O acompanhamento do plano formulado permite desenvolver o pensamento estratégico, aspecto fundamental da competitividade. Quanto mais pessoas numa organização estiverem raciocinando sobre o futuro, mais chance de conseguir atingir os objetivos pretendidos. A prática de ter uma agenda específica para monitorar a estratégia qualifica o planejamento, na medida em que o mantém atualizado, e permite funcionar como um guia efetivo das ações do presente.
 
Com o ritmo das mudanças cada vez mais acelerado, reforçado pela maior integração dos países e pelo desenvolvimento de mercados hipercompetitivos, os profissionais e as organizações que conseguirem raciocinar sobre o futuro de forma mais sistemática têm mais chance de chegar lá bem posicionados.
 
Afinal, como disse Peter Drucker, um dos maiores pensadores da administração moderna: “Em tempos turbulentos, os empreendimentos devem ser gerenciados tanto para suportar golpes súbitos quanto para aproveitar oportunidades repentinas e inesperadas”. Como os tempos turbulentos são cada vez mais permanentes... não basta planejar, mas, sim, acompanhar o planejado.
 

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