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Crescendo com Pernambuco
Para aproveitar as oportunidades que surgem no atual momento da economia pernambucana, as empresas terão que passar por um ajuste competitivo, tema abordado na última edição da Coluna da Rede Gestão. Para entrar nesse jogo, também precisam pensar em novas formas de financiamento e capitalização, como venture capital e private equity. Publicado em 23.03.2012 - Edição 703Novas Formas de Financiamento
As fontes de recursos institucionalizadas basicamente são bancos e investidores — sim, sem esquecer os históricos: poupança própria, da família e dos amigos. Os bancos oferecem recursos sem receber nenhuma participação no capital social da empresa, mas o empreendedor se compromete a devolver o dinheiro recebido, acrescido de juros. No aporte de capital de um investidor, o empreendedor não se compromete a devolver o dinheiro, ele recebe o investidor como sócio na empresa. O tamanho da participação do investidor na sociedade depende do valor do aporte relativo à valoração do negócio. Muitos empreendedores hesitam em buscar um sócio-investidor pelo receio de ter a sua participação diluída e autonomia reduzida, mas há atrativos relevantes nessa forma de acessar capital: principalmente crescer com um custo de recurso mais barato para o negócio.
O momento e faturamento da empresa ditam qual a modalidade de investidor adequada. Hoje se escuta com frequência falar em venture capital e private equity, bem como no capital semente, que financia desde ideias, projetos de empresas, até os primeiros — primeiros mesmo — futuros milhões de faturamento. O venture capital é próprio para empreendedores que já entendem bem do seu negócio e mercado, mas, com o aporte, poderão dar um salto significativo na escala. Esses aportes não se resumem a capital, o bom investidor traz com ele conhecimento expressivo em gestão e da indústria, contatos, etc. Já o private equity beneficia empresas mais maduras, já estabelecidas e menos arriscadas, mas que poderiam ir para um patamar ainda mais elevado de participação de mercado ou eficiência operacional, por exemplo.
É claro, o negócio precisa ser bem promissor para atrair esses investidores. A expectativa precisa superar o risco. Para negociar condições mais vantajosas com os investidores, é vital manter a casa em ordem — a contabilidade e os processos da empresa em dia.
Sérgio Ferreira,
sócio de Guimarães Ferreira,
Consultoria Econômica, empresa.
integrante da Rede Gestão.
Novo Padrão Contábil Exige Transparência
Até alguns anos atrás, falar de aporte de capital de investidores e aquisições entre empresas era sinônimo de grandes grupos econômicos. Essa realidade mudou bastante. Hoje, com as economias norte-americana e europeia desaquecidas, o Brasil está no foco de muitos investidores internacionais interessados em aplicar recursos não apenas em grandes, mas também em médias e até em pequenas empresas.
Esse novo perfil das fusões e aquisições empresariais trouxe a reboque uma mudança também no papel da contabilidade, até então vista apenas para fins fiscais. Ocorre que, culturalmente, os Estados Unidos e os países europeus sempre pautaram suas relações empresariais em uma contabilidade profissional e confiável e, agora, trazem esse padrão para seus investimentos no Brasil. Ter uma contabilidade de primeira linha é uma exigência básica para a empresa, de qualquer porte, que pretenda se credenciar para participar desse jogo, qualificando-se para receber investimentos.
Esse novo padrão, profissionalizado, exige o cumprimento rigoroso das normas contábeis dentro dos padrões internacionais. Isso envolve, por exemplo, a adoção das regras estabelecidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, como as novas formas de registro das operações de leasing financeiro, das subvenções governamentais e dos contratos de seguro, bem como os procedimentos relativos aos testes de recuperabilidade e do ajuste a valor presente. De mesma importância são os princípios de competência — cujo reconhecimento das receitas e despesas deve ser feito no momento em que ocorrem, e não na ocasião do recebimento ou pagamento — e da entidade (separação do patrimônio dos sócios do da empresa), o cumprimento das obrigações fiscais, entre vários outros aspectos.
A confiabilidade dos dados é absolutamente essencial para os processos de due diligence, nos quais são analisados aspectos de caráter financeiro, e os possíveis investidores realizam uma minuciosa varredura na empresa, passando um pente fino em várias áreas, inclusive na contabilidade. Isso ocorre não apenas entre grandes empresas, mas também em processos de private equity, por exemplo, quando o investimento é feito em companhias não listadas em bolsas de valores. Logo, cuidar da contabilidade é o primeiro passo para a empresa que pretende aproveitar todas as oportunidades que venham a surgir nesse momento em que o Brasil, bola da vez da economia mundial, está na mira dos investimentos.
Igor Ferreira Meireles,
sócio de Bernhoeft Contadores,
empresa integrante da Rede Gestão.
([email protected])