Veja por autor
Novos Formatos para o Varejo
O Nordeste concentra ótimas oportunidades para o segmento de shoppings, que terá que apostar em modelos diferentes para atender ao novo perfil dos consumidores. Publicado em 15.04.2012 - Edição 706 No mundo contemporâneo de tantas informações e mudanças, fica cada dia mais difícil fazer previsões sobre o futuro do mercado e da economia. Não obstante essa realidade, parece existir uma certeza otimista em relação a um futuro promissor para a economia de Pernambuco, reforçada pelos novos investimentos e pelos últimos resultados do nosso avanço. A economia do Estado cresce mais do que a nacional, e a autoestima do pernambucano está mais elevada.
Em relação ao varejo, mais otimismo. O consumo no Brasil aumenta mais do que o PIB, e, no Nordeste, onde existem mais crescimento de renda e crédito e menor oferta qualificada, concentram-se as melhores oportunidades, apesar dos grandes desafios. A economia de fato vai bem, mas alguns dos principais problemas brasileiros, como educação e infraestrutura, são ainda mais acentuados na Região.
Entre outros atributos, a criatividade pode ter uma participação fundamental para que o varejo local vença essas dificuldades e continue aproveitando de forma mais consistente e duradora esse ótimo momento. Para tanto, é preciso estar atualizado.
Já há alguns anos as novas tecnologias e os novos hábitos de consumo provocaram uma transformação no varejo, multiplicando os canais de comunicação e de vendas. É o chamado varejo multicanal (loja, internet, redes sociais, eventos porta a porta, catálogo, etc.). Tudo junto e integrado.
Outra importante tendência com ótimo potencial no mercado local são os novos formatos de shopping centers. A escassez de terrenos, a necessidade de segmentação e o surgimento de novas classes de consumidores, entre outros fatores, podem impulsionar o surgimento de outros modelos de centros comerciais, diferentes dos tradicionais. A indústria de shopping centers no Brasil não tem conhecido crise e deve aumentar a sua participação no volume total de vendas do varejo nacional. Para isso, entretanto, será necessário expandir os novos formatos de shopping.
Shopping center é um equipamento sofisticado. Desenvolvê-lo é uma tarefa para especialistas, mas a força dessa indústria no Brasil tem atraído novos players e lojistas estrangeiros, que buscam melhores negócios do que os atuais nos mercados dos países desenvolvidos. Outra grande oportunidade, inclusive para o Nordeste.
Um aspecto importante, que afeta esse cenário, é a falta de mobilidade, problema enfrentado por todas as grandes cidades brasileiras. Os consumidores têm vida cada vez mais corrida, precisam de facilidades e não estão dispostos a enfrentar grandes deslocamentos. Enquanto a solução — complexa e demorada — não vem, a tendência é o surgimento, cada vez mais, de shoppings de bairro, shoppings inseridos em equipamentos de uso misto (residencial, empresarial, hotel, transporte público, etc.), shoppings de conveniência, entre outros formatos. Sem falar nos centros comerciais que devem surgir para atender à variedade de turistas (de negócios, de esportes, de sol e mar), que tende a crescer, sobretudo no nosso estado, devido aos novos investimentos e também aos grandes eventos, com destaque para a Copa do Mundo. Pernambuco deve receber cada vez mais shows e espetáculos de classe mundial. Tudo isso vai exigir pesquisa, inovação e criatividade para acertar no formato dos projetos desses novos shoppings.
Por fim, a evolução do consumidor também deverá interferir no perfil dos empreendimentos comerciais. Cada um posicionado para atender à sua “tribo”, com características e demandas específicas, colocando o varejo no caminho sem volta da segmentação