Veja por autor
Sustentabilidade no Varejo
A preocupação com a sustentabilidade no seu sentido amplo (Planet, People e Profit) já se constitui num aspecto essencial da gestão contemporânea. Publicado em 03.10.2010 - Edição 626 A preservação do meio ambiente tem despertado um crescente interesse dos empresários lojistas. As grandes redes varejistas do País já contemplam, há algum tempo, esse conceito nos seus planos de negócio. E isso não ocorre por acaso. As pesquisas atestam que os clientes, cada vez mais bem informados sobre o tema, demandam empresas comprometidas com a vida saudável do planeta e preferem comprar nas lojas que verdadeiramente atuam nessa linha.
Atentos a essa nova realidade competitiva, muitos lojistas já desenvolvem ações pontuais e permanentes na busca da fidelização do cliente. Em proporção maior, os shopping centers brasileiros também têm investido bastante em ações socioambientais. Os novos empreendimentos já trazem muitas novidades que agradam o público consumidor, provocando um efeito positivo no mercado, que tem procurado se atualizar. Essa tendência também pode ser observada nas reformas, expansões e benfeitorias dos empreendimentos consolidados.
Um exemplo recente desse interesse: de amanhã (04) a quarta-feira (06), ocorrerá, em São Paulo, o 11º Congresso Internacional de Shopping Centers e Conferência das Américas promovido pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e pelo International Council of Shopping Centers (ICSC). No primeiro dia, serão entregues os prêmios de Excelência em Gestão, Excelência em Expansão e Revitalização, Merchandising, Varejo em Shopping Center e Newton Rique de Responsabilidade Social. O prêmio Newton Rique de Responsabilidade Social conta, nesta edição, com a participação de 25 projetos de shoppings de todo o País. A comissão julgadora para esse prêmio é formada por especialistas em sustentabilidade de entidades de renome, como Fundação Roberto Marinho, Banco Santander, Itaú Social, Grupo Boticário, Fundação Getulio Vargas (FGV), Pricewaterhousecoopers, ABRH/SP, Pernambucanas, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) e Great Place to Work Institute, entre outras. Os critérios de avaliação utilizados pelos especialistas na definição dos projetos finalistas foram Planet, People e Profit (Planeta, Pessoas e Lucro) — o PPP, expressão criada pelo sociólogo inglês John Elkington para definir o tripé da sustentabilidade: foco no meio ambiente, nas pessoas (social/comunidade), sem deixar de se preocupar com a viabilidade econômica do empreendimento.
Trazendo o foco para a realidade local de Pernambuco, o Shopping Guararapes é um dos três finalistas do prêmio Newton Rique de Responsabilidade Social, pelo conjunto de ações que desenvolve nesse setor. São projetos na área de meio ambiente, como recolhimento do óleo de cozinha utilizado nas operações da Praça de Alimentação, com coleta de 550 litros por mês; coleta seletiva de lixo, chegando a 70 toneladas por mês; e coleta de pilhas e resíduos tecnológicos, com o recolhimento de 70 quilos por mês. Já no meio social, o Shopping Guararapes conta com o Instituto Peró, programa social voltado para a formação de crianças moradoras de comunidades vizinhas ao Shopping. São 100 crianças e adolescentes beneficiados diretamente com atividades de dança, música, contação de histórias e promoção da cidadania. Aberta à comunidade, a Biblioteca Peró chega a atender 500 pessoas por mês. Além dessas ações, o Shopping também apoia instituições assistenciais, como o Imip, e tem uma política específica de atendimento a clientes portadores de necessidades especiais. Estar na finalíssima de um prêmio tão importante demonstra que o Shopping Guararapes está no caminho certo das tendências. E isso só é possível porque toda a Empresa está comprometida com a gestão socioambientalmente responsável, desde os empreendedores, responsáveis pelos investimentos, ao corpo gerencial, às chefias e aos funcionários. A coisa só funciona de verdade se o envolvimento for completo.
Pelo que se vê e pelos exemplos que podem ser dados, mais que uma tendência ou modismo, a preocupação com a sustentabilidade no seu sentido amplo (Planet, People e Profit) já se constitui num aspecto essencial da gestão contemporânea e passará a ser, cada vez mais, determinante para a competitividade e a sobrevivência de qualquer negócio, inclusive daqueles relacionados ao varejo. Portanto, para quem ainda não está, mãos à obra, porque essa locomotiva só anda para a frente, não tem marcha à ré.