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Scrum: Fim ao Planejamento Sem Fim

Práticas permitem gerenciar o processo de desenvolvimento de software em ambientes em que os requisitos estão em constante mudança.
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Publicado em 22.08.2010 - Edição 620

          Os anos 1990 assistiram à adoção dos sistemas de gestão (ERP) pelas grandes corporações, trazendo vantagens como a integração dos diversos departamentos da empresa e a atualização permanente da base de dados. Com isso, surgiu uma mudança no modelo de desenvolvimento de sistemas, que passou a ser feito por meio da terceirização de análise e desenvolvimento. Com o aumento contínuo da demanda de produtos de software, foram inevitáveis a criação e a adoção de metodologias de desenvolvimento por parte das fábricas de software para auxiliar todo o processo, com o intuito de organização, gerenciamento e garantia de qualidade. Ganha destaque, entre elas, o Scrum.
          A popularização das práticas do Framework Scrum ocorreu juntamente com a ascensão das metodologias ágeis no Manifesto Ágil, quando estudiosos reconheceram as semelhanças nos métodos usados por cada um e resolveram estabelecer seus princípios: (1) indivíduos e interações são mais importantes que o processo e as ferramentas; (2) o produto funcionando é mais importante do que uma documentação detalhada; (3) a colaboração do cliente é mais importante do que a negociação de contratos; (4) a resposta a mudanças é mais importante do que o cumprimento de planos. 
          O Scrum foi criado para gerenciar o processo de desenvolvimento de software em ambientes em que os requisitos estão em constante mudança. É apropriado para equipes pequenas, com até dez pessoas, e uma das principais vantagens sobre outras práticas de desenvolvimento é que, entre outras coisas, existem as reuniões diárias, nos quais os problemas são facilmente identificados e, logo em seguida, solucionados, em vez de se traçar todo um plano para ser seguido em todo o projeto.
          Para melhor utilizar as práticas do Scrum, são sugeridas algumas adaptações que podem ser integradas às metodologias ágeis para favorecer as peculiaridades no cenário de ERPs:
          1. Scrum Team – Composto pelo Scrum Master, responsável pela manutenção da metodologia dentro da equipe; pelo Product Owner, responsável pela manutenção do Product Backlog (conjunto de funcionalidades); e pelo Time, pessoas no nível técnico operacional que serão responsáveis pela concepção e pelo desenvolvimento da solução. 
          2. Product Backlog – Consiste em uma lista contendo todos os requisitos levantados, descritos e priorizados. No caso dos ERPs, o Product Backlog pode ser uma lista de todos os processos não aderentes no core do ERP, previamente mapeados pela equipe funcional em campo. 
          3. Sprint Backlog – A dinâmica do Scrum é dividida em sprints (2 a 4 semanas), em que as entregas do período são extraídas do Product Backlog de acordo com sua prioridade. 
          4. Impedimentos – São fatores que impedem a equipe de continuar determinada tarefa, como falta de recursos técnicos, infraestrutura, definições de regras de negócio, etc. É muito importante que o Scrum Master e o gerente do projeto se unam e sejam facilitadores ativos entre o Time e o cliente final na gestão dos impedimentos e na provisão das respectivas soluções.
          Por fim, os objetivos principais são os mesmos de todas as metodologias ágeis: por meio da aplicação de uma metodologia menos burocrática, promover maior integração e transparência entre o Time e o cliente final, evitando retrabalho, com entregas segmentadas em menores espaços de tempo. No Scrum, todos os elementos facilitam de maneira ampla o trabalho da equipe, atendendo plenamente às expectativas do cliente final.
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