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Sustentabilidade na Crise

Em palestra no Senac, o consultor Francisco Cunha destacou que o grande desafio do País e das empresas é desenvolver a gestão sustentável.
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Publicado em Sun Mar 29 19:41:00 UTC 2009 - Edição 547
          A crise que afeta o mundo desde o segundo semestre do ano passado ainda não parece ter atingido seu ápice. Depois que o fundo do poço do valor dos ativos norte-americanos for atingido, ainda deve levar pelo menos mais dois anos para que a recuperação da economia dos EUA e da Europa se complete. A boa notícia é que, passado o terremoto, deve emergir da crise um modelo mais saudável de desenvolvimento para países, empresas e sociedade. Esgotada, a era da economia neoliberal, com ênfase excessiva no aspecto financeiro, deve dar lugar a um sistema mais equilibrado, baseado no conceito de sustentabilidade. O único crescimento viável será aquele que conseguir aliar três princípios: ser economicamente rentável, ambientalmente sustentado e socialmente justo.
          A análise foi feita pelo consultor Francisco Cunha, diretor da TGI Consultoria em Gestão, empresa integrante da Rede Gestão, durante o ciclo de palestras promovido pelo Centro de Tecnologia do Varejo do Senac Pernambuco, na última terça-feira. “Esse é o momento para as empresas se ajustarem, adequando-se a um mercado mais real e se preparando para o crescimento sustentável”, disse.
          Apesar do cenário mundial preocupante, Cunha ressaltou que a crise deve ter impactos menores no Brasil, graças principalmente à estabilidade econômica consolidada ao longo da última década. “Seremos afetados, mas o País nunca esteve em uma situação tão boa para enfrentar as turbulências externas”, assinalou.
          Já Pernambuco, que antes da crise vivia um momento de euforia com a chegada dos investimentos estruturadores, deve ainda crescer a taxas superiores à média do Brasil, mas pode registrar um atraso nos investimentos e, portanto, no dinamismo econômico. “O ciclo de dinamismo será adiado na mesma proporção da duração da crise. Mas irá ocorrer”, assinalou.
          Nesse momento delicado da economia, Francisco Cunha destacou o papel fundamental dos gestores e gerentes nas empresas e organizações. “Cabe ao líder manter-se como fonte de energia para impulsionar toda a equipe, sem esmorecer, e, no campo da gestão, cuidar ao mesmo tempo do curto e do médio prazo”, destacou.
          O consultor deu dez dicas práticas de como manter-se competitivo na crise: (1) encare a crise também como oportunidade; (2) redobre os cuidados e esteja preparado para o que for necessário; (3) aproveite a crise para fazer as mudanças necessárias; (4) ouça todo mundo, mas faça o que precisar ser feito; (5) não esmoreça e transforme-se na fonte de energia dos outros; (6) considere o passado, mas não se esqueça de olhar insistentemente para o futuro; (7) faça a gestão do curto e do médio prazo simultaneamente; (8) formule uma visão consistente e compartilhada; (9) cuide com todo carinho da estratégia; e (10) trabalhe por uma gestão sustentável, equilibrando o econômico, o social e o ambiental, pois é ela que sobreviverá à crise.

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