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Economia Brasileira com Dificuldade para Crescer em 2007
Francisco Cunha, diretor da TGI, traça cenários para o próximo ano, analisando as perspectivas econômicas para o Brasil e o mundo. Publicado em Sun Dec 10 17:53:00 UTC 2006 - Edição 427
Diminuição do crescimento da economia mundial, com maior protecionismo norte-americano, perda continuada da importância da América Latina no cenário internacional e entraves sérios para o Brasil retomar uma política sustentada de crescimento. Esses são os cenários mais prováveis para 2007, na opinião do consultor Francisco Cunha, diretor da TGI, empresa integrante da Rede Gestão.
Francisco falou sobre as perspectivas econômicas para o Brasil e o mundo durante o lançamento da Agenda TGI 2007, na última semana, no Arcádia Paço Alfândega, no Recife. O evento contou com a presença de mais de novecentos convidados, entre empresários e profissionais de diversas áreas.
Para ele, depois do melhor período de bonança das últimas três décadas — desde 1976, com a alta dos preços do petróleo —, a economia mundial, com os EUA à frente, deve começar a desacelerar para um ritmo mais moderado a partir de 2007. Além disso, a vitória dos democratas nas últimas eleições sinaliza para um aumento do protecionismo e uma maior rigidez nos tratados de comércio internacional.
"A China deve manter o ritmo de crescimento de 10% ao ano, enquanto a América Latina mantém a tendência de declínio e perda da importância na economia mundial", assinalou. Para ilustrar esse declínio, Francisco comparou a evolução das exportações da Ásia e da América Latina nos últimos 25 anos. Enquanto o continente asiático ampliou suas exportações de US$ 163 bilhões (1980) para US$ 2,32 trilhões em 2005, a América Latina passou de US$ 109 bilhões para US$ 554 bilhões.
Já o Brasil, para pensar em um projeto de desenvolvimento, deve cumprir três requisitos básicos na avaliação do consultor: crescimento sustentado, educação integral para todas as crianças e todos os jovens e o enfrentamento da questão da segurança como um problema nacional, de responsabilidade do Governo Federal.
"Por crescimento sustentado, entende-se o crescimento da economia a taxas superiores a 5% ao ano por pelo menos 10 anos seguidos, para incorporar os novos entrantes no mercado de trabalho e, ainda, resgatar parte do contingente que ficou fora do jogo nos anos de baixo crescimento", disse.
Para alcançar essa condição básica para o desenvolvimento, o País terá de superar sérios entraves. Os principais constrangimentos ao crescimento são, na avaliação de Francisco, o ajuste fiscal, a falta de investimentos, o sucateamento da infra-estrutura, a alta carga tributária, os juros estratosféricos e o crescimento das despesas públicas.
Educação é outro ponto inegociável. Todas as crianças e todos os adolescentes, independentemente do nível de renda, devem estudar em tempo integral, com professores capacitados e bem remunerados, em instalações adequadas. "A questão da educação só se resolve com uma revolução", disse. Já o grave problema da segurança pública, segundo ele, só terá perspectivas de solução caso seja tratada como uma questão nacional, e não apenas em âmbito estadual, como é atualmente. "A garantia estratégica da segurança tem de ser responsabilidade do Governo Federal, com a adoção de medidas como, por exemplo, a federalização da Polícia Militar e a unificação nacional da inteligência contra o crime."
Francisco falou sobre as perspectivas econômicas para o Brasil e o mundo durante o lançamento da Agenda TGI 2007, na última semana, no Arcádia Paço Alfândega, no Recife. O evento contou com a presença de mais de novecentos convidados, entre empresários e profissionais de diversas áreas.
Para ele, depois do melhor período de bonança das últimas três décadas — desde 1976, com a alta dos preços do petróleo —, a economia mundial, com os EUA à frente, deve começar a desacelerar para um ritmo mais moderado a partir de 2007. Além disso, a vitória dos democratas nas últimas eleições sinaliza para um aumento do protecionismo e uma maior rigidez nos tratados de comércio internacional.
"A China deve manter o ritmo de crescimento de 10% ao ano, enquanto a América Latina mantém a tendência de declínio e perda da importância na economia mundial", assinalou. Para ilustrar esse declínio, Francisco comparou a evolução das exportações da Ásia e da América Latina nos últimos 25 anos. Enquanto o continente asiático ampliou suas exportações de US$ 163 bilhões (1980) para US$ 2,32 trilhões em 2005, a América Latina passou de US$ 109 bilhões para US$ 554 bilhões.
Já o Brasil, para pensar em um projeto de desenvolvimento, deve cumprir três requisitos básicos na avaliação do consultor: crescimento sustentado, educação integral para todas as crianças e todos os jovens e o enfrentamento da questão da segurança como um problema nacional, de responsabilidade do Governo Federal.
"Por crescimento sustentado, entende-se o crescimento da economia a taxas superiores a 5% ao ano por pelo menos 10 anos seguidos, para incorporar os novos entrantes no mercado de trabalho e, ainda, resgatar parte do contingente que ficou fora do jogo nos anos de baixo crescimento", disse.
Para alcançar essa condição básica para o desenvolvimento, o País terá de superar sérios entraves. Os principais constrangimentos ao crescimento são, na avaliação de Francisco, o ajuste fiscal, a falta de investimentos, o sucateamento da infra-estrutura, a alta carga tributária, os juros estratosféricos e o crescimento das despesas públicas.
Educação é outro ponto inegociável. Todas as crianças e todos os adolescentes, independentemente do nível de renda, devem estudar em tempo integral, com professores capacitados e bem remunerados, em instalações adequadas. "A questão da educação só se resolve com uma revolução", disse. Já o grave problema da segurança pública, segundo ele, só terá perspectivas de solução caso seja tratada como uma questão nacional, e não apenas em âmbito estadual, como é atualmente. "A garantia estratégica da segurança tem de ser responsabilidade do Governo Federal, com a adoção de medidas como, por exemplo, a federalização da Polícia Militar e a unificação nacional da inteligência contra o crime."