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|Gestão de Negócios - Organizando a empresa - Fábio Menezes

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O Papel do Gestor no Enfrentamento da Crise

Neste momento de turbulência, faz-se necessário que o gestor tenha capacidade de conduzir sua equipe da melhor forma possível.
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Publicado em 28.02.2016 - Edição 907
Todos já sabemos que o ano de 2016 será bastante exigente; a crise político-econômica que o País enfrenta ainda não deu sinais de recuperação. Pelo contrário, tudo indica que teremos mais um ano de recessão. Em virtude dessa conjuntura, boa parte das organizações enfrenta um cenário de dificuldades que demanda uma série de ajustes e de investimentos adequados, entre estes os que ajudam a administrar os problemas de agora e, ao mesmo tempo, apontam para o futuro, como a aposta na capacitação da equipe gerencial para enfrentar a crise da melhor forma possível.
 
Desde o início dessa crise, a TGI tem recomendado às organizações concentrar o foco em quatro principais providências: cuidar do caixa, cuidar das pessoas, comunicar com transparência e investir em inovação. É evidente que a figura do gestor está diretamente implicada nessa missão. Afinal, é o gestor que está no centro do desenvolvimento de todas as ações, na medida em que tem a responsabilidade de coordenar e mobilizar as equipes para a realização dos ajustes necessários e, sobretudo, para a busca da inovação, seja relacionada a algum aspecto interno ou a uma novidade de mercado.
 
No que diz respeito a cuidar do caixa, o gestor precisa envolver as equipes na busca de alternativas de redução de custos e na aplicação efetiva do que ficar combinado. Muitas vezes, as medidas de contenção de despesas implicam em mudanças na rotina das pessoas, o que pode mobilizar resistências que precisarão ser administradas para perseguir a redução dos custos sem perda do padrão de qualidade do serviço ou produto. Com relação à segunda providência, o gestor é o responsável direto pelo cuidado com as pessoas. As equipes são o diferencial crítico para a capacidade de competir de uma organização, especialmente nas situações de adversidade, e é papel do gestor evitar que o clima interno seja fortemente abalado pelo contexto de crise. Para isso, é fundamental estar atento à terceira providência — comunicar com transparência. Mesmo quando as informações não são as melhores, a opção por não se comunicar com a equipe é sempre mais perigosa, haja vista que as pessoas podem imaginar situações muito piores do que a realidade.
 
A quarta providência merece um destaque especial. Sem diminuir em nada a importância das três primeiras, afinal a adequada execução dessas ações permitirá manter o negócio em funcionamento em plena crise, é o investimento em inovação que pode contribuir mais decisivamente para a empresa “sair da crise”. Mais uma vez, o gestor está no centro do processo. Principalmente num cenário de dificuldades, não se deve esperar por “ideias salvadoras” ou as chamadas “balas de prata”. Aliás, é sempre bom lembrar que essas “soluções” podem ser perigosas. Algumas empresas entram numa trajetória de difícil recuperação após apostar “tudo” num produto ou serviço salvador que deveria “tirar a empresa daquela situação”. A experiência tem demonstrado que o mais efetivo é estimular um ambiente que favoreça o surgimento de novas ideias, seja com relação aos processos internos ou ao desenvolvimento de novos produtos ou até à identificação de novos mercados a serem explorados. A busca pela inovação não depende apenas de cabeças criativas, mas deve ser incorporada pelo gestor aos processos de gestão de forma intencional, como um atleta que treina diariamente em busca de melhores resultados.
 
Por fim, podemos entender que a qualificação dos gestores é um aspecto que pode ser determinante para o sucesso das organizações no enfrentamento das crises. Nos momentos mais exigentes para os negócios, a responsabilidade das lideranças se amplifica, ganhando uma dimensão inestimável, mas que é, sobretudo, muito instigante.

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