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Mudar é a Palavra de Ordem nas Organizações
Para enfrentar a mudança, é necessário encará-la como uma oportunidade de crescimento e ter um planejamento estratégico bem definido. Publicado em 17.10.2015 - Edição 889“Mude ou desapareça.” As palavras dos consultores e sócios da TGI Consultoria em Gestão Cármen Cardoso e Francisco Cunha refletem bem que mudar parece ser a palavra de ordem nas organizações contemporâneas. Mas, para além do seu caráter imprescindível ou inevitável, seja na gestão da vida pessoal, seja na gestão das organizações, mudar nem sempre se apresenta como uma tarefa fácil, pois, com base em sua própria etimologia, a mudança, reconhecida enquanto uma condição de sair de uma posição para outra, de caminhar em direção ao novo, nos traz a ideia de sair de nossa zona de conforto. E isso dá trabalho.
Não é raro nos depararmos com circunstâncias na vida organizacional que nos obrigam a lidar e gerir algum tipo de processo de mudança, seja este motivado por fatores internos ou externos. Um claro exemplo desse fenômeno que tem exigido das organizações atuais uma postura de mudança na gestão, desde pequenas empresas a grandes multinacionais, passando pela gestão pública em todos os seus níveis e esferas de governo, ou mesmo na vida do cidadão comum, gira em torno da atual situação macroeconômica que vem gerando uma crise financeira de grandes proporções em termos mundiais.
Essa realidade tem se refletido nas práticas de gestão organizacionais, em que os crescentes índices de inflação, as altas taxas de juros e o crédito escasso não têm facilitado o desafio de “fechar as contas” de modo equilibrado entre receita e despesa. Então, como gerir em tempos de crise e de aceleradas transformações? Como lidar com a mudança na gestão? Algumas ações nos parecem essenciais para responder e enfrentar todo e qualquer processo de mudança.
A primeira delas é se abrir à possibilidade de passar a encarar a mudança como oportunidade para o crescimento, tendo em vista sua dimensão transformadora, em que grandes ameaças podem ser vistas como grandes oportunidades. Outro aspecto igualmente importante é a possibilidade de fazer uso cada vez mais frequente de práticas inovadoras e criativas na gestão em circunstâncias as mais adversas possíveis.
Além disso, é preciso ter um planejamento estratégico bem definido e manter o foco num objetivo desejado, de modo a não se perder o fio condutor em direção ao objetivo comum, de forma a construir entre os membros os sentimentos de pertença e de identificação frente ao projeto coletivo, ainda que mudanças nas rotas e nos rumos em torno do que foi planejado de início tenham que ser feitas, adaptadas e ajustadas à nova realidade.
Não menos importante, o gestor deve estar bastante atento aos movimentos, nem sempre explícitos, de resistência à mudança na construção de espaços de fala entre a equipe que propiciem a emergência destes, por vezes expressos nas dificuldades que se colocam ao enfrentamento da nova situação, seja na expressão de boicotes ao novo projeto, seja na expressão de medos e preocupações perante o novo.
Seja como for, acredito que a mudança deva nos servir sempre que possível enquanto força motriz, como impulso frente ao novo, não em direção a algo que assusta, amedronta e paralisa, mas no sentido de uma força que nos conduza à construção criativa que toda ação transformadora traz em si.