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Medindo Resultados Gerenciais
Utilizada adequadamente, a ferramenta ajuda a monitorar o desempenho de equipes e áreas da empresa, aperfeiçoando a gestão. Publicado em 10.04.2011 - Edição 653 Ser gestor requer muita disciplina para, entre outras ações, monitorar de modo sistemático o desempenho das equipes e áreas/setores sob sua coordenação. Uma forma eficaz de dar suporte a essa tarefa é definir um sistema de indicadores para medição e acompanhamento dos resultados e da gestão.
Indicadores são variáveis que, de maneira simples e confiável, servem para medir os resultados gerenciais ou os efeitos de mudanças ligadas a alguma intervenção, ajudando a mostrar progressos e avisando em tempo real quando algo está errado. Contudo, para tornar essa ferramenta útil, alguns conceitos precisam ser explorados e alguns cuidados devem ser tomados.
Os indicadores podem ser quantitativos ou qualitativos, sem prejuízo da objetividade. Embora os quantitativos gerem um maior entendimento comum na interpretação dos dados, os qualitativos podem ser mais objetivos em alguns casos, como, por exemplo, número de treinamentos efetuados x percepção dos participantes e dos gestores sobre o efeito dos treinamentos nas suas equipes. Uma alternativa interessante é combinar informações quantitativas e qualitativas, dando mais riqueza às informações.
Pode-se pensar na implantação da sistemática em sete etapas: (1) planejamento estratégico e definição dos objetivos; (2) mapeamento dos possíveis indicadores (com base nos objetivos estratégicos) e avaliação preliminar seguindo um critério de qualidade; (3) escolha dos principais indicadores e estabelecimento dos processos de aquisição e processamento de dados; (4) disseminação dos indicadores e de seus significados para as equipes; (5) estabelecimento de uma sistemática de monitoração; (6) monitoração disciplinada e regular; (7) avaliações periódicas da qualidade, utilidade e praticidade dos indicadores, formulando ajustes ou readequações ou, ainda, mapeando possíveis novos indicadores, de acordo com as necessidades e os problemas observados.
Ao longo do processo, é importante levar em consideração a dinâmica das redes de poder e das relações internas na organização e as resistências que podem ocorrer à implantação de uma cultura focada nos resultados e na monitoração sistemática do desempenho. Alguns cuidados e requisitos básicos para não fracassar na implantação de um sistema de indicadores gerenciais: (1) Garantir o patrocínio da alta gestão para superar as dificuldades e resistências. (2) Desenvolver os indicadores de modo participativo, dando espaço para as críticas de quem irá utilizá-los e gerando maior envolvimento e corresponsabilidade das pessoas com o processo. (3) Selecionar indicadores que estejam vinculados aos objetivos estratégicos da organização. (4) Criar os indicadores sob medida para o modo como os gestores irão utilizá-los e de acordo com os controles gerenciais. (5) Tratar os indicadores como uma ferramenta prática, e não como um exercício conceitual. (6) Realizar reuniões sistemáticas de monitoração dos indicadores com apresentações o mais simples possível. (7) Avaliar os indicadores escolhidos por meio de um padrão de qualidade e acompanhar a evolução dos dados. (8) Certificar-se de que a apuração sistemática dos indicadores escolhidos seja viável e tenha custo compatível com o objetivo pretendido.
Mesmo que não esteja funcionando perfeitamente (talvez isso nunca aconteça), essa prática trará efeitos positivos, como maior direcionamento da atenção dos gestores para as questões mais relevantes do negócio, melhor visibilidade dos resultados por parte de todos e um estímulo à ação gerencial antecipatória ou em tempo real, levando a um maior foco no resultado e na solução dos problemas. Implantar e manter um sistema de indicadores gerenciais é um processo exigente, mas a prática demonstra à exaustão que os ganhos são bastante compensadores.