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2018, um ano perdido? Reflexões sobre eleições e economia.
Publicado em Fri Aug 24 20:25:00 UTC 2018 -Empreendedorismo Público?
Empreendedorismo, uma palavra divulgada e utilizada amplamente, de todas as formas possíveis, tornando-se habitual em rodas de conversa e em todas as camadas sócio- econômicas.
Mas afinal, o que é empreendedorismo? Existe empreendedorismo público?
Antes de responder, trago uma reflexão: “Olhando as publicidades dos candidatos em anos eleitorais, temos a impressão de que toda realização é, unicamente, por mérito dos políticos, inclusive a chuva”! Anônimo
Não existirá desenvolvimento econômico e social sem o apoio do estado para o fomento do empreendedorismo alinhado com as entidades representativas privadas. Não são as grandes indústrias ou o varejo que movimentam a maior parte da economia, mas sim o pequeno e médio empresário que ainda sofre com a falta de representatividade e de apoio em linhas de créditos bancários.
Temos no Brasil um banco que carrega em seu nome um importante significado que, por questão de marketing, acaba sumindo na sigla; este banco é o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Veja que o nome reforça a não existência do desenvolvimento econômico se não há o desenvolvimento social!
Mas o que tivemos nos últimos anos de atuação em linhas de crédito, justifica ainda o nome? Este banco pertence a todos nós brasileiros e é nossa função cobrar sua atuação de forma que cumpra a Missão e os Objetivos “econômicos e sociais”!
Voltando à temática da pergunta inicial: existe empreendedorismo público?
Em minha modesta opinião: não! Complementando a resposta, digo que só haverá empreendedorismo público quando tivermos agentes públicos que estejam atuando no seu mandato, com Governança e Compliance! Simples assim.
A mudança na legislação eleitoral e o fim do foro privilegiado são passos importantíssimos, sendo este último, retirado pelo Superior Tribunal Federal, ainda este ano. Estes passos trarão profundas mudanças positivas no cenário eleitoral, ainda em 2018.
Capitanias hereditárias? Sucessão Familiar?
“Assim como em uma empresa familiar, todos são herdeiros; mas poucos, muito poucos são sucessores, na política é o mesmo”! Anônimo
Durante o período eleitoral verificamos que descendentes de políticos tem se posicionado como opção para o eleitorado que busca a continuidade de determinados valores e ou ideologias, principalmente, como forma de se beneficiar da leitura do público eleitor que acaba atribuindo a o “Nome” da família, a idéia de legado e estabilidade.
Participo de grupos de discussão de empresas familiares, no Brasil e exterior, e acredito que podemos fazer grandes analogias com a questão política dentro desta temática, amplamente utilizada, “herdeiro não é necessariamente sucessor”.
“Filho de peixinho, peixinho é”. Ditado popular
A verdade é muito clara e apresenta que, mesmo sendo herdeiro de um legado político, o candidato não é necessariamente um sucessor natural político. É importante para o eleitor compreender esta diferença para avaliar de forma objetiva e tomar sua decisão, com muita responsabilidade, no período eleitoral.
“Eles respiram política desde que nasceram, assistindo ao entra e sai de lideranças e eleitores em suas casas. De tanto conviverem com esse ambiente, entraram na disputa eleitoral e, com o empurrãozinho do sobrenome, foram vitoriosos. ” www.em.com.br
Se não tivermos uma visão crítica, ou mesmo “profissional”, dentro das linhas de uma Governança Pública e Compliance das qualidades do que é necessário para ser um “bom candidato”, não mudaremos este país.
O futuro da Democracia...
Em pleno século XXI, vamos aceitar apenas um “Nome” e um “empurrãozinho”? Cabe este tipo de postura dentro de uma democracia moderna?
Se a Governança e Sucessão em empresas familiares já evoluiu, qual a razão de ainda aceitarmos esta situação?
Não existe uma resposta pronta nem uma verdade absoluta, mas precisamos refletir profundamente para que cada país ache sua solução, evitando “Jabuticabas” políticas.
“Comitment to Freedom” ou comprometimento com a liberdade, não apenas ser uma democracia, será o princípio que alinhará os países “de bem e do bem” no futuro. As “Americas” são o hemisfério da liberdade!
Concordam? Na dúvida, utilizem o que o ativista de direitos humanos Natan Sharansky intitula de “Town square test” ou, em uma tradução livre para o português, “ Teste da praça central”.
Em seu livro “The Case for Democracy, publicado em 2004”, Sharansky explica: se uma pessoa não pode andar na praça central de uma cidade e falar suas posições pessoais sem ser preso ou sofrer agressão física, então, esta pessoa está vivendo em uma sociedade do medo, em uma sociedade que não é livre.
“Não podemos descansar enquanto uma pessoa vivendo em uma sociedade do medo, não ganhou a sua liberdade” Natan Sharansky
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