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|Gestão de Negócios - Marketing - Eduardo Lemos Filho

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Shopping de vizinhança

Com o entendimento das novas demandas de consumo, é cada vez mais comum o lançamento desse novo tipo de empreendimento comercial.
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Publicado em 16.03.2014 - Edição 806
Por definição um negócio de longo prazo, a indústria de shopping centers sempre apresentou bons resultados no Brasil. A entrada de uma parcela significativa da população no mercado de consumo, aliada ao desenvolvimento do setor, com shoppings cada vez mais modernos e atrativos, deve manter esses bons ventos soprando no horizonte pelos próximos anos, apesar de algumas desconfianças na nossa economia. Além disso, como em qualquer segmento, é preciso perceber as novas demandas e mudar para continuar crescendo. No universo dos shoppings, uma tendência parece ser o lançamento de empreendimentos em formatos diferentes, já bastante comuns em mercados mais desenvolvidos, como o norte-americano, mas ainda incipientes no Brasil, com boas exceções. 

Em todo o País, predominam os chamados shoppings regionais — empreendimentos grandes, com poder de atrair consumidores de vários bairros e até mesmo de cidades vizinhas. Bem diferente dos Estados Unidos, nossa principal referência nesse negócio, onde o mercado é composto por vários tipos de shoppings. Além dos regionais, há os supermalls, os power centers, os outlets, os temáticos, os de beira de estradas e rodovias, os de centro de cidades, os acoplados a empreendimentos de usos mistos, os de vizinhança, entre outros. Cada um com suas características específicas.
 
Embora nossos shoppings regionais sejam muito bem-sucedidos e ainda exista espaço para novos, também há no Brasil um grande potencial para a abertura de empreendimentos em outros formatos, como os shoppings de vizinhança. O aumento de problemas como o trânsito e a falta de mobilidade nas grandes cidades, aliado ao desejo permanente das pessoas de otimizarem seu tempo, favorece o crescimento desse modelo. O shopping de vizinhança deve se propor a atender o público da sua área primária de influência, oferecendo boas opções de compras e serviços de conveniência, em um ambiente agradável, de acesso fácil e rápido.
 
Apesar de ser um empreendimento de menor porte, deve atender às premissas básicas do negócio de shopping centers, com lojas locadas, gestão centralizada e planejamento de mix baseado em pesquisa de mercado. Esses equipamentos devem ter projetos que surpreendam na proposta e nos detalhes, agregando operações de lazer e entretenimento e gerando um clima agradável de convivência entre moradores e trabalhadores de um mesmo bairro.
 
Esse tipo de equipamento pode ser instalado em qualquer bairro, independentemente da classe social dos consumidores, obviamente ajustando o projeto e o mix a cada realidade. É fundamental que o shopping de vizinhança seja integrado ao contexto urbano do local, de forma aberta e convidativa à visitação, sempre com uma proposta agregadora.

O projeto precisa gerar uma identificação dos vizinhos com o shopping, para que eles o considerem parte essencial na vida e no entorno daquela vizinhança. Ao ser incorporado ao dia a dia dos moradores de sua área primária, pela arquitetura e pelo mix de lojas adequado, o shopping de vizinhança pode ser competitivo e ocupar o seu espaço no mercado, mesmo disputando com concorrentes maiores. Uma proposta que, bem-desenvolvida e implantada, representa uma boa oportunidade de negócios no Brasil.        

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