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Blogs Empresariais: Entre Gatos e Tigres
Publicado em 04.09.2005 - Edição 362
A galáxia dos blogs se expande com grande velocidade. Notícias recentes revelam que hoje já são mais de catorze milhões e que, a cada cinco meses, dobra o número desses sites. Como se vê, a família cresceu bastante: há blogs para todos os gostos e de várias espécies. Embora a grande maioria tenha caráter subjetivo e biográfico, estando voltada para o universo pessoal e privado de quem os mantém, há uma tendência, cada vez mais forte, de existirem espécies com o DNA da objetividade, guiados pela vontade de interagir com áreas específicas da sociedade e do conhecimento; entre estes, encontram-se os chamados bizblogs ou blogs empresariais.
Ao darem ao internauta comum a liberdade de expressar suas idéias e seus sentimentos — isso pelo menos no sentido de que tem uma autonomia para publicar suas palavras —, os blogs se tornaram um novo tipo de conversa. Como conversa, potencializam não só a alta interatividade dos tempos digitais como igualmente a ludicidade e o pragmatismo que vêm caracterizando os novos arranjos sociais mediados ou fomentados pela Internet.
A exemplo de muitos outros fenômenos do ciberespaço, os blogs, pouco a pouco, estão chegando ao mundo corporativo. A um só tempo laboratório e ferramenta, eles são novos instrumentos de conhecimento e de comunicação. Muitos ainda são apenas internos, “domésticos”, voltados para um espaço virtual até então inexplorado, mas capazes de gerar uma sinergia nova entre as equipes — mais espontânea e, naturalmente, mais informal. Provam, mais uma vez, que, no ciberespaço, as velhas hierarquias cedem lugar a uma insuspeitada proximidade. Grandes e competitivas empresas não perderam tempo: mergulharam de cabeça na nova experiência em busca de otimizarem seu capital de conhecimento. Assim, a IBM. Assim, a Microsoft. Assim, a Boeing e a Apple.
Não obstante o previsível começo pelo âmbito interno, algumas empresas, ao manterem blogs, estão se abrindo para a participação de parceiros, clientes e fornecedores. Por quê? Creio que pela mesma conhecida razão do mundo real: uma empresa é bem mais que a soma de seus sócios e profissionais. É claro que a chamada extranet já fazia um pouco isso, embora de uma forma um tanto burocrática. Mas, em comparação com o que prometem os blogs, só um pouco. A preocupação, agora, é: como monitorar a recentemente conquistada liberdade que só os blogs parecem oferecer? Considerando que, no mundo empresarial, a relação custo–benefício é sempre a lente pela qual se vê a própria realidade, talvez seja o caso de se dizer que, por ora, os benefícios estão superando os “custos”, apesar de os riscos serem necessariamente públicos para a imagem e a credibilidade das empresas.
O certo é que, no momento, ninguém pode garantir com certeza todas as características de um bom blog empresarial. O que não é motivo para não se tentar a criação de um. Por outro lado, cautela e bom senso também não prejudicam qualquer inserção na Internet. O que profissionais e quaisquer internautas têm que entender — tão óbvio que é até esquecido — é que a Grande Rede é uma imensa praça pública. Assim, antes de mais nada, é preciso pensar que se mostrar ao público requer cuidados e que toda exposição tem conseqüências, muitas delas imprevisíveis.
Ao darem ao internauta comum a liberdade de expressar suas idéias e seus sentimentos — isso pelo menos no sentido de que tem uma autonomia para publicar suas palavras —, os blogs se tornaram um novo tipo de conversa. Como conversa, potencializam não só a alta interatividade dos tempos digitais como igualmente a ludicidade e o pragmatismo que vêm caracterizando os novos arranjos sociais mediados ou fomentados pela Internet.
A exemplo de muitos outros fenômenos do ciberespaço, os blogs, pouco a pouco, estão chegando ao mundo corporativo. A um só tempo laboratório e ferramenta, eles são novos instrumentos de conhecimento e de comunicação. Muitos ainda são apenas internos, “domésticos”, voltados para um espaço virtual até então inexplorado, mas capazes de gerar uma sinergia nova entre as equipes — mais espontânea e, naturalmente, mais informal. Provam, mais uma vez, que, no ciberespaço, as velhas hierarquias cedem lugar a uma insuspeitada proximidade. Grandes e competitivas empresas não perderam tempo: mergulharam de cabeça na nova experiência em busca de otimizarem seu capital de conhecimento. Assim, a IBM. Assim, a Microsoft. Assim, a Boeing e a Apple.
Não obstante o previsível começo pelo âmbito interno, algumas empresas, ao manterem blogs, estão se abrindo para a participação de parceiros, clientes e fornecedores. Por quê? Creio que pela mesma conhecida razão do mundo real: uma empresa é bem mais que a soma de seus sócios e profissionais. É claro que a chamada extranet já fazia um pouco isso, embora de uma forma um tanto burocrática. Mas, em comparação com o que prometem os blogs, só um pouco. A preocupação, agora, é: como monitorar a recentemente conquistada liberdade que só os blogs parecem oferecer? Considerando que, no mundo empresarial, a relação custo–benefício é sempre a lente pela qual se vê a própria realidade, talvez seja o caso de se dizer que, por ora, os benefícios estão superando os “custos”, apesar de os riscos serem necessariamente públicos para a imagem e a credibilidade das empresas.
O certo é que, no momento, ninguém pode garantir com certeza todas as características de um bom blog empresarial. O que não é motivo para não se tentar a criação de um. Por outro lado, cautela e bom senso também não prejudicam qualquer inserção na Internet. O que profissionais e quaisquer internautas têm que entender — tão óbvio que é até esquecido — é que a Grande Rede é uma imensa praça pública. Assim, antes de mais nada, é preciso pensar que se mostrar ao público requer cuidados e que toda exposição tem conseqüências, muitas delas imprevisíveis.