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Globish – o Idioma de Negócios do Mundo Globalizado
O "globês" não é uma língua, mas, sim, um dialeto surgido do inglês, mais prático e objetivo, que funciona como ferramenta de comunicação. Publicado em Sun Apr 01 11:38:00 UTC 2007 - Edição 443
Imagine a seguinte cena. Em um evento internacional, na Alemanha, um coreano fecha negócio com um argentino, comunicando-se em uma língua que parece inglês, sob o olhar incrédulo de um norte-americano, que não consegue entender o diálogo. A situação, corriqueira ao redor do mundo, simboliza o crescimento do Globish, uma espécie de dialeto global deste terceiro milênio, surgido a partir do inglês, mas simplificado ao extremo. "Trata-se de um inglês muito usado no ambiente de negócios: altamente pragmático, com vocabulário limitado, mas que permite aos não-nativos se comunicarem com eficiência", explica Peter Ratcliffe, sócio-diretor do Sharing English, empresa integrante da Rede Gestão.
A primeira pessoa a identificar esse fenômeno, batizando o idioma símbolo da globalização, foi o francês Jean-Paul Nerrière, ex-presidente da IBM. Em uma rodada de negócios com empresários japoneses e coreanos, no início da década de 1990, ele percebeu que o diálogo era muito mais fácil e eficiente com ele do que com os demais profissionais da IBM, norte-americanos ou ingleses. Para ele, os não-nativos falam um dialeto único, o Globish, ou globês, que não chega a ser uma língua propriamente dita. "Uma língua é um veículo de cultura, enquanto o Globish nada mais pretende ser do que um meio de comunicação", afirma.
O vocabulário globês tem em torno de 1.500 palavras. Só a título de comparação, o Dicionário Oxford tem 615 mil verbetes. Com esse limitado estoque, entretanto, qualquer estrangeiro pode se comunicar com eficiência. "É um inglês usado em hotéis, aeroportos, congressos. Um típico diálogo em Globish é doloroso para os ouvidos de um nativo, mas permite que um brasileiro feche negócios com um japonês, sem maiores problemas", assinala Peter.
Para Peter, o crescimento do Globish — Nerrière estima que, em mais de 80% dos casos, o inglês falado em todo o mundo é essa versão extremamente simplificada da língua — pode levar até mesmo a uma mudança no estilo do ensino da língua estrangeira. "Não que as escolas passem a ensinar o Globish, mas, sim, que passem a valorizar um ensino mais pragmático do inglês, voltado para as necessidades do aluno e priorizando a eficiência da comunicação", explica.
Peter diz que, como professor, sempre procurou meios de priorizar a comunicação, tentando contextualizá-la na realidade do aluno e buscando formas mais práticas de promover a troca de informações, dividindo e compartilhando conhecimento. Nesse sentido, avalia, o Globish traz um princípio positivo. "Claro que quem pretende ler Shakespeare em sua língua nativa terá de estudar, a fundo, a língua inglesa. Mas um executivo que precisa da língua para se comunicar e fazer negócios pode e deve aprender inglês de uma forma mais pragmática e realista", acredita.
A primeira pessoa a identificar esse fenômeno, batizando o idioma símbolo da globalização, foi o francês Jean-Paul Nerrière, ex-presidente da IBM. Em uma rodada de negócios com empresários japoneses e coreanos, no início da década de 1990, ele percebeu que o diálogo era muito mais fácil e eficiente com ele do que com os demais profissionais da IBM, norte-americanos ou ingleses. Para ele, os não-nativos falam um dialeto único, o Globish, ou globês, que não chega a ser uma língua propriamente dita. "Uma língua é um veículo de cultura, enquanto o Globish nada mais pretende ser do que um meio de comunicação", afirma.
O vocabulário globês tem em torno de 1.500 palavras. Só a título de comparação, o Dicionário Oxford tem 615 mil verbetes. Com esse limitado estoque, entretanto, qualquer estrangeiro pode se comunicar com eficiência. "É um inglês usado em hotéis, aeroportos, congressos. Um típico diálogo em Globish é doloroso para os ouvidos de um nativo, mas permite que um brasileiro feche negócios com um japonês, sem maiores problemas", assinala Peter.
Para Peter, o crescimento do Globish — Nerrière estima que, em mais de 80% dos casos, o inglês falado em todo o mundo é essa versão extremamente simplificada da língua — pode levar até mesmo a uma mudança no estilo do ensino da língua estrangeira. "Não que as escolas passem a ensinar o Globish, mas, sim, que passem a valorizar um ensino mais pragmático do inglês, voltado para as necessidades do aluno e priorizando a eficiência da comunicação", explica.
Peter diz que, como professor, sempre procurou meios de priorizar a comunicação, tentando contextualizá-la na realidade do aluno e buscando formas mais práticas de promover a troca de informações, dividindo e compartilhando conhecimento. Nesse sentido, avalia, o Globish traz um princípio positivo. "Claro que quem pretende ler Shakespeare em sua língua nativa terá de estudar, a fundo, a língua inglesa. Mas um executivo que precisa da língua para se comunicar e fazer negócios pode e deve aprender inglês de uma forma mais pragmática e realista", acredita.