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Qual o Recife de que precisamos em 2037?

A Rede Gestão está participando ativamente das discussões do projeto Recife 500 anos. Veja o depoimento de alguns dos integrantes da Rede..
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Publicado em Sun Jan 24 13:00:00 UTC 2016 - Edição 903
Com calçadas e transportes coletivos asseguradores de um caminhar e deslocar acessível aos teus moradores: bebês, vovôs, estudantes, trabalhadores, pessoas com necessidades específicas, namorados, boêmios, poetas, teus amantes e admiradores... Apreciadores de tuas ruas, praças, parques e orlas de teus rios e teu mar. Com córregos e canais margeados de passeios e bulevares para, a cada dia, nos admirarmos e ratificarmos o amanhecer e adormecer do astro rei, que delineia e emoldura o Recife como um postal, um quadro novo e encantador. 
 
Que educadores e a formação educacional, em seus diversos instantes, oportunizem, a teus estudantes, a melhor condição e qualidade de um ensino inclusivo. Uma cidade exemplo de acolhimento, acessibilidade, segurança e disponibilizadora de serviços públicos de atendimento universal e de qualidade, reconhecedora e valorizadora da pluralidade e singularidade dos que deles usufruem. 
 
Manuel Aguiar
sócio da Proacessi Consultoria, empresa integrante da Rede Gestão.
 
Pensar o Recife aos 500 anos traz à mente, de pronto, ideias e desejos que têm sido debatidos no Observatório do Recife — movimento social do qual faço parte — ou que acompanho sendo discutidos em outros movimentos. Uma intensa atividade, deixando evidente que sabemos ser protagonistas do nosso destino e não vamos desistir disso. 
 
Nesses sonhos, a ideia central de uma cidade boa para se viver, crescer profissionalmente, criar filhos e netos, circular e conviver com a família, os amigos, os vizinhos, outros cidadãos. Traduzindo, um Recife economicamente pujante, isso incluindo a economia social e criativa e os serviços educacionais, de saúde e de transporte; um Recife seguro e socialmente justo, superadas as dolorosas e inadmissíveis desigualdades, que nos instigam a cada dia; e um Recife ambientalmente saudável, reconhecido como a cidade-parque que a realização do projeto Parque Capibaribe fará acontecer. Não podemos nos esquecer do senso forte do coletivo; do respeito às leis; do uso responsável do que é público; do protagonismo consciente, que pensa a cidade acima de interesses particulares; da interação com gestores públicos influenciando a melhoria das políticas, com respeito às diferenças de papéis.
 
Cármen Cardoso
sócia da TGI Consultoria em Gestão, empresa integrante da Rede Gestão.
 
Para mim, o grande ganho na comemoração dos 500 anos do Recife seria a implantação do projeto Parque Capibaribe. Trata-se de um marco contemporâneo que está a cargo de uma equipe multidisciplinar constituída a partir de um convênio celebrado entre a Prefeitura da Cidade do Recife/Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), através do InCiti – Pesquisa e Inovação para Cidades. Essa intervenção na paisagem urbana de 35 bairros, comportando cerca de 400 mil habitantes, propõe que o Rio Capibaribe se transforme em um eixo integrador de vários sistemas de âmbito ambiental, de mobilidade não motorizada, de ruas compartilhadas, canais, praças e parques. A paisagem desse parque da cidade, que se estende ao longo de 30 km de margens, com fauna e vegetação ciliar, e que forma um corredor ecológico, já existe! O desafio é a sua consolidação e expansão, que envolve a gradativa requalificação e implantação de novas áreas verdes e equipamentos urbanos até 2037, de acordo com as demandas sociais. Conceitualmente o projeto Parque Capibaribe transcendeu a dimensão de um parque linear para uma zona-parque, com aproximadamente 1 km de largura ao longo de todo o seu percurso, desde o bairro da Várzea até o Bairro do Recife.
 
Luiz Vieira
sócio do escritório Luiz Vieira Arquitetura de Paisagem, empresa integrante da Rede Gestão.  
 
Espero que o Recife de 2037 seja uma cidade cuja geografia, história e cultura sigam como âncoras da identidade do povo pernambucano e como atrativos imprescindíveis para o visitante que deseja conhecer o que o Brasil tem de melhor. Quero que, em 2037, o Recife esteja desempenhando plenamente a sua vocação atemporal de cidade criativa e inovadora, gerando prosperidade através da indústria moderna, dos serviços de qualidade e de produtos diferenciados da cultura e do turismo. Desejo que a cidade também inove e se renove pela valorização de todos os recifenses através da educação universal de qualidade, da distribuição mais equilibrada de renda e da responsabilidade compartilhada pelo bem-estar da cidade.     
 
Peter Ratcliffe
sócio do Sharing English, empresa integrante da Rede Gestão.  
 
Mais manutenção no que já existe e construções novas apenas do que for realmente essencial é o que espero ver no Recife em 2037. A cidade é linda por natureza e também possui muita coisa bonita feita pelos homens. Falta explorar, desvelar o belo e efetivamente fazer manutenção no que está construído. Cuidar dos rios, dos córregos e canais, das ruas, das praças, dos largos e das calçadas, dos belos cais, que permitem vislumbrar o reflexo do entardecer, das luzes e da lua nesta Veneza brasileira. Na perspectiva da produção econômica, do emprego e da renda para a população, é de se esperar que o Recife, em 2037, seja uma cidade onde a economia dos mascates tenha grande relevância, agora com mascates em setores de serviços como logística, produção de software, turismo, serviços médicos, de consultoria, produção cultural e polo educacional. Contudo, o mais importante é ver que o povo está bem cuidado. Vivendo alegre na cidade onde, em 2037, constata-se que foram feitos investimentos e que, agora, oferece um bom nível de educação, saúde e segurança. O recifense é reconhecido como gente boa, que só faz com o outro o que deseja que façam com ele. A gente da cidade encontrou sentido na sua vida.
 
Sergio Ferreira,
sócio da Guimarães Ferreira Consultoria, empresa integrante da Rede Gestão.  
 

 


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