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Gestão das Finanças Pessoais

Consultora explica o que fazer para controlar os gastos pessoais, evitando a angustiante sensação de descontrole financeiro.
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Publicado em Sun Oct 28 19:28:00 UTC 2007 - Edição 473

          Por que algumas pessoas com bons salários vivem afogadas em dívidas no cartão de crédito e no cheque especial enquanto outras, que ganham menos, conseguem manter as contas em ordem e até poupar para realizar projetos futuros? A resposta está em uma ferramenta que vem ganhando cada vez mais adeptos: a gestão das finanças pessoais. Saber administrar com eficiência seus rendimentos, mantendo controle sobre o que se ganha e o que se gasta, é a fórmula para sair da angustiante situação de descontrole financeiro, que prejudica não apenas a vida pessoal, mas também o desempenho profissional. Nesta entrevista, a consultora Carla Miranda, sócia da Ágilis Tecnologia em RH, fala mais sobre o assunto.


Por que tantas pessoas têm problemas em administrar seu orçamento pessoal?
Porque, de uma forma geral, elas não se preocupam em controlar ou acompanhar suas finanças pessoais. Nós funcionamos como uma empresa, que tem valores a receber, contas a pagar, despesas fixas e variáveis. Você consegue imaginar uma empresa que não se preocupa com o seu orçamento? Não, pois todo empresário sabe que uma boa gestão financeira é absolutamente essencial para que seu negócio seja bem-sucedido. Com pessoas, é exatamente a mesma coisa.

Qual o melhor momento para adotar a gestão das finanças pessoais?
Muita gente acha que só deve cuidar da gestão de suas finanças pessoais em momentos de crise. Esse é um conceito equivocado. Deve-se cuidar desse tema o mais cedo possível. Cuidar de seu orçamento pessoal é uma atitude básica para quem deseja ter um orçamento equilibrado, gastar corretamente, não contrair dívidas desnecessárias, conseguir poupar para realizar projetos como a compra de um carro, de um apartamento ou realizar uma viagem.

Em que consiste a gestão das finanças pessoais?
Assim como em uma empresa, o primeiro passo é fazer um orçamento realista. É preciso montar uma boa planilha para se ter visibilidade dos seus ganhos e das suas despesas. A partir daí, é preciso avaliar as variáveis e particularidades de cada caso, se há dívidas a serem renegociadas ou despesas que podem ser cortadas. O conceito básico é que não se pode gastar mais do que se ganha. É preciso adotar alguns ajustes, traçar um plano realista, com objetivos possíveis, e cumpri-lo com acompanhamento e disciplina. 

Quais os erros mais comuns nessa área?
São muitas ciladas. Contar com o cheque especial como se fosse salário e rolar dívidas, fazendo sempre o pagamento mínimo do cartão de crédito, por exemplo, são dois erros muito freqüentes que costumam bagunçar todo o orçamento doméstico. Com planejamento e algumas ferramentas específicas, é possível sair dessa “bola de neve”. 

Que outras medidas podem ser adotadas?
É importante registrar todas as despesas, inclusive as pequenas, para ter visibilidade de seus gastos e montar um orçamento real. Programar e tentar levantar o pagamento de dívidas, priorizando as que têm menor taxa de juros. Evitar comprar a prazo, pois você perde a visibilidade do seu gasto. Evitar usar cartão de crédito para despesas pequenas. É importante também evitar a compra por impulso, pensar, deixar o emocional de lado na hora de gastar. São várias pequenas mudanças de comportamento que, ao lado de uma estratégia consistente, permitem que a pessoa volte a ter controle sobre seu orçamento e possa, inclusive, gerar uma folga para criar uma poupança ou aplicar em outros investimentos.


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