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Empregado ou profissional?

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Publicado em Sun Jan 03 05:31:00 UTC 1999 - Edição 17
A globalização da economia trouxe mudanças significativas para as empresas. Muitas organizações diminuíram de tamanho, para tornarem-se mais competitivas, e passaram a trabalhar através de redes de parcerias, buscando mais eficiência e qualidade. Infelizmente, parte considerável da nossa força de trabalho ainda não adaptou-se a essa nova realidade. O que se vê é que a grande maioria continua atuando como "empregado", quando deveriam assumir o papel de "profissional", mesmo subordinado a uma relação de emprego.

Há diferenças significativas entre estas posturas. Quem se comporta como simples empregado costuma fazer apenas o que lhe é mandado; deixa que decidam por ele, não se preocupa com a empresa, mas apenas em receber o seu salário no final do mês. O empregado é resistente às mudanças; acredita que não precisa dar tudo de si na função; acha natural conversar sobre problemas pessoais durante o expediente, mas, saindo da empresa, considera um crime falar de trabalho. Espera que todos entendam e aceitem suas fraquezas individuais "sou assim e pronto". Suas atitudes são passivas ao dar e egoístas ao receber.

Na clínica terapêutica, estas atitudes estão relacionadas com a dificuldade de crescer e tornar-se adulto, com o desejo de continuar criança, com a necessidade da existência de um "pai" que decida, que tome providências e, essencialmente, que proteja. Ser profissional portanto, é tornar-se adulto, é viver uma relação madura de trocas. É investir em si próprio, ao invés de ficar esperando que alguém o faça. É definir sua estratégia de futuro, administrar seus pontos fortes e fracos com as oportunidades e ameaças de mercado. É conhecer seus clientes e entender suas necessidades. É admitir e trabalhar suas fraquezas. É confrontar as diferenças e equacioná-las, sem dramas.

Esse crescimento exige novas posturas. Na família, onde pais mais preparados podem tornar seus filhos mais seguros e ousados; na escola, com o estímulo à pesquisa e sua correlação com o mundo real; na empresa, onde a estruturação por processos e a remuneração variável reproduzem verdadeiras células de negócio; e na terapia, onde cada adulto poderá assumir efetivamente seu papel de adulto.

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