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A cadeia vertical de negócios

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Publicado em Sun Jun 03 20:39:00 UTC 2001 - Edição 141
Um estudo desenvolvido pela organização norte-americana Food Marketing Institute mostra que o preço médio de varejo nos EUA foi reduzido em mais de 10%, nos últimos anos, sem que tenha havido diminuição dos lucros de nenhum integrante da cadeia produtiva. O segredo? Coordenação de atividades como promoções, embalagens e novos produtos, por meio do compartilhamento dos dados e das informações relevantes. "O conceito de cadeia de suprimentos evoluiu para um estágio no qual não é necessário apenas a programação com os fornecedores para que o produto chegue ao cliente no lugar certo, no momento certo, na quantidade certa a um preço razoável", diz o consultor da JCR & Calado Consultores, Leonardo Monte Neto. "A tendência é sair da relação fornecedor-cliente e passar para uma parceria macro de todos os integrantes da cadeia, formando uma Cadeia Vertical de Negócios (CVN)."

Segundo o consultor, essa nova estrutura é composta não apenas pelo varejista e seu fornecedor. Ela começa a ser formada desde a extração da matéria-prima, incluindo também beneficiamento, indústria, distribuidores, atacadistas, varejistas, até chegar ao consumidor final. O objetivo final da CVN é atender à necessidade do cliente, com a certeza de que ele voltará a consumir. O inter-relacionamento das empresas permite a geração de um fluxo de informação, em que o consumidor diz o que quer, na quantidade que quer e quanto está disposto a pagar. "É com base nessa informação que o resto da cadeia se ajusta para atendê-lo da melhor forma", explica Leonardo.

Ao contrário do que muita gente pensa, não são apenas as indústrias que possuem suas cadeias verticais de negócio. Elas existem para todo tipo de empreendimento, seja ele comércio ou serviço. Para integrar a Cadeia Vertical de Negócios e torná-la uma ferramenta estratégica, o primeiro passo é o compartilhamento de informações, dados, sistemas e tecnologias. Cada integrante, independentemente de sua posição, deve colaborar e programar-se para atender com eficiência o próximo elo da cadeia e assim por diante. "A integração tem que se basear na confiança, tendo como objetivo único a satisfação do cliente, afinal de contas é ele quem dita as normas e comanda a cadeia", diz o consultor.

Um dos maiores especialistas no assunto, Robert B. Handfield, da Michigan State University, diz que, no futuro, não existirá concorrência entre, por exemplo, a Fiat e a GM, mas sim concorrência entre a Cadeia Vertical da Fiat e a Cadeia Vertical da GM. Quem não estiver inserido nessa realidade, estará fora do mercado. "Integrar compartilhando. Essa é a solução."

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