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Mulheres no comando

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Publicado em Sun Apr 08 20:20:00 UTC 2001 - Edição 133
Elas já são maioria no mercado de trabalho e, agora, começam a mudar o perfil dos cargos estratégicos nas organizações. Uma pesquisa realizada pelo Grupo Catho mostra que o número de mulheres em funções de comando - chefes, gerentes e diretoras - nas organizações brasileiras cresceu em média 15%, nos últimos dois anos. A mudança está reacendendo uma velha discussão sobre as diferenças de estilo entre homens e mulheres. Há quem diga que, à frente de equipes e empresas, elas seriam mais flexíveis, dinâmicas e objetivas que seus colegas do sexo oposto.

A pesquisa revelou que, desde 1998, o número de diretoras de empresas subiu de 13,2% para 14,8%, o de gerentes mulheres passou de 12,4% para 15%, e o de chefes cresceu de 20,7% para 22,7%. "O perfil dessas líderes femininas revela uma profissional cada vez mais capaz", revela uma das coordenadoras do levantamento, Lizete Araújo, do Grupo Catho. Para chegarem ao topo do organograma da organização, segundo ela, as mulheres sabem que precisam investir o máximo em sua capacitação técnica - e é o que vêm fazendo. Apostam, também, em alguns "diferenciais de estilo" para deixar a sua marca registrada na gestão da empresa.

"Se trouxeram heranças do ambiente doméstico, foram justamente as melhores: a capacidade de fazer múltiplas tarefas simultaneamente - e ainda prestar atenção no telefonema ao lado - além do estilo hands on, ou seja, a facilidade de botar logo a mão na massa", observa Lizete. Ao contrário do que se imagina, as executivas também perdem menos tempo em reuniões e costumam tomar decisões de forma mais objetiva do que seus colegas de terno e gravata.

A opinião é compartilhada por homens acima de qualquer suspeita. "Elas são mais perseverantes, detalhistas e pacientes", diz José Pastore, professor de Relações do Trabalho, da Faculdade de Economia da USP. "Pesquisas recentes demonstram que as empresas que investem em mulheres têm retorno maior ", completa. Uma das explicações é a melhor formação acadêmica. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação, as brasileiras passam, em média, 5,7 anos nos bancos escolares, contra 5,4 anos da população masculina.

É chegada a hora das empresas aproveitarem a tendência e melhorarem a qualidade do seu gerenciamento com o aproveitamento da qualidade do comando feminino em sintonia com o masculino. O resultado será, sem dúvida, empresas mais competitivas.

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