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Cheio de e-mail

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Publicado em Sun Nov 05 19:21:00 UTC 2000 - Edição 111
Simples, rápido, prático e acessível, o e-mail iniciou e está provocando uma verdadeira revolução na comunicação, pessoal e no ambiente de trabalho. Para qualquer profissional, checar a caixa postal e gerenciar o correio eletrônico virou uma tarefa rotineira, cumprida, normalmente, várias vezes ao dia. Mas essa aparente unanimidade em torno do uso do e-mail começa a sofrer contestações.

Incomodadas com o uso abusivo, algumas empresas passaram a fiscalizar o correio eletrônico de seus funcionários. Outra frente de batalha foi aberta contra o spam - aquelas propagandas e correntes não solicitadas que entopem a caixa postal dos usuários. Por fim, até mesmo a influência do e-mail na produtividade do profissional passou a ser questionada. Uma pesquisa realizada pelo instituto americano Ferris Research estima que cada internauta gasta, em média, duas horas por dia apenas para gerenciar seu correio eletrônico.

Quem costuma aproveitar o horário de trabalho para responder mensagens pessoais, trocar fotos, fazer downloads de programas e músicas ou outras atividades semelhantes deve ficar atento. É cada vez maior o número de empresas que espionam os hábitos de seus funcionários na Internet. O uso inadequado pode tornar-se até motivo de demissão, como ocorreu na Dow Chemical, que, após uma rigorosa investigação, desligou 24 funcionários que guardavam em sua caixa postal e-mails com conteúdos pornográficos ou violentos. O ideal é que o profissional procure, no ambiente de trabalho, utilizar o e-mail apenas para fins profissionais. Ou, no mínimo, mantenha contas separadas para uso pessoal e profissional.

Além do uso indiscriminado, muitas empresas estão preocupadas com o tempo gasto pelos profissionais na Internet. A mesma pesquisa do Ferris Research estima que em 2002 iremos gastar mais de quatro horas por dia lendo e respondendo as mensagens que chegam ao correio eletrônico. Uma das alternativas é o uso de filtros para barrar mensagens indesejadas e uma maior autodisciplina do usuário. Não é preciso nenhuma pesquisa para constatar que perder vinte minutos respondendo a mensagem pessoal enviada pelo amigo durante o expediente é, além de contraprodutivo, ruim para a imagem do funcionário junto à empresa.

O inimigo número um do internauta que costuma utilizar o e-mail chama-se spam. A prática de enviar mensagens ou propagandas para usuários indiscriminadamente está na mira de várias organizações. Nos EUA, há um projeto de lei que prevê multas de US$ 500 por cada e-mail enviado sem solicitação. Para quem manda, a prática tem se mostrado pouco eficiente. Cerca de 60% das pessoas deletam os spams sem ao menos ler. Ao invés de conquistar o internauta, o spam normalmente faz com que a empresa ou serviço entre na lista negra do usuário. A palavra de ordem, nessa área, tem sido Marketing de Permissão. O e-mail pode ser uma eficiente ferramenta de comunicação, desde que o usuário autorize o seu recebimento.

Todos temos a responsabilidade de não banalizar um meio de comunicação pessoal tão extraordinário como esse, utilizando-o seriamente e não mandando nem aceitando receber spams.

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