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Terceirizar ou não, eis a questão

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Publicado em Sun May 07 18:06:00 UTC 2000 - Edição 85
Para sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo, a empresa precisa ter uma estrutura ágil, enxuta e voltar os seus esforços, cada vez mais, para a melhoria dos serviços prestados ao cliente. Nesse cenário, é cada vez maior o número de organizações que apostam na terceirização dos serviços como forma de aperfeiçoar sua competitividade. No início, restrita a áreas como limpeza e segurança, a terceirização ganhou espaço e importância nas empresas, em muitos casos firmando-se como um dos meios mais eficientes de enxugar orçamentos, reduzir custos com a mão-de-obra e alcançar melhores resultados. Hoje, a administração de setores como informática, contabilidade, assistência médica, fornecimento de refeições, manutenção de equipamentos e até mesmo administração de pessoal está sendo delegada a terceiros, permitindo que as organizações dediquem-se totalmente a seu core business e concentrem todos os seus esforços no atendimento pleno de seu cliente.

Terceirizar ou não terceirizar? A resposta a essa pergunta vai depender de fatores como o tamanho, a forma de gestão e algumas características particulares da empresa. É preciso avaliar com cuidado alguns aspectos antes de definir se essa é realmente uma mudança vantajosa para a organização. "A terceirização é uma ferramenta muitas vezes indispensável para a empresa, mas o ideal é que haja um estudo criterioso antes de definir que áreas devem ser terceirizadas", alerta a consultora Ana Cláudia Barros Sobrinho, da Deloitte Touche Tohmatsu.

Legalmente, o serviço de terceiros pode ser contratado apenas para áreas que não estejam ligadas à atividade-fim da empresa. Ou seja, a organização não pode terceirizar setores diretamente ligados à sua área de atuação. "Somente se admite a intermediação de mão-de-obra para serviços referentes à atividade-meio da empresa. A contratação para atividade-fim só pode ser feita pelo meio comum, que é o contrato de trabalho", diz a consultora.

A terceirização de alguns setores permite que a empresa reduza custos, diminuindo encargos e economizando ao deixar de investir em aquisição de equipamentos ou estoque, administração de setores, logística, manutenção de espaços, etc. Ao eliminar a administração das atividades que não estão diretamente relacionadas com seu negócio e reduzir despesas, a empresa torna-se mais ágil e torna seus produtos e serviços mais competitivos.

De acordo com Ana Cláudia, é preciso muito cuidado na contratação da prestadora de serviços. Caso a empresa contratada esteja em situação irregular, quem contrata pode vir a compartilhar também as responsabilidades legais. "Uma das coisas que sempre aconselhamos é que o pagamento dos serviços à empresa terceirizada só deve ser feito mediante a apresentação de cópias autenticadas das guias de recolhimento dos encargos sociais dos funcionários que estão prestando serviço à contratante", orienta a consultora. Outro cuidado essencial: o funcionário que está prestando serviços não deve estar subordinado diretamente a ninguém na empresa contratante, para não haver configuração de relação de trabalho. "Orientações, reclamações e qualquer comunicação deve ser feita entre as empresas. O desrespeito a essa regra vem dando margem a muitas brigas judiciais", alerta a consultora.

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