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Participação nos resultados das boas empresas

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Publicado em Sun Nov 21 15:18:00 UTC 1999 - Edição 62
Uma breve análise na última relação das "Cem Melhores Empresas para se Trabalhar", publicada anualmente pela Revista Exame, revela um dado significativo. Praticamente todas as empresas citadas adotam algum tipo de política de participação dos funcionários nos lucros ou resultados. Mais do que um meio para atrair e manter bons profissionais, a participação dos empregados nos resultados da empresa é hoje um fator determinante na competitividade das organizações - seja qual for seu porte ou área de atuação. Ao estimular a motivação e o engajamento das equipes de trabalho, a estratégia aumenta a produtividade da empresa e pode atuar como uma eficiente ferramenta para o sucesso de programas de qualidade.

Durante muito tempo, a participação nos resultados manteve-se restrita aos grandes executivos, contratados com remuneração diferenciada para fazer a empresa destacar-se da concorrência e alcançar bons resultados. A gestão contemporânea, entretanto, enxergou o óbvio. Os ganhos variáveis na remuneração estimulam a melhoria do desempenho de todos os empregados. Geram um maior comprometimento da equipe com as metas da empresa e, conseqüentemente, geram resultados positivos. "Bem estruturado e utilizado adequadamente, um sistema de participação nos resultados é o caminho mais curto para a transformação dos empregados em empreendedores, o que é, hoje em dia, fator crítico de competitividade e sobrevivência empresarial", avalia o consultor Francisco Cunha, sócio fundador da TGI Consultoria em Gestão e do Instituto de Tecnologia em Gestão - INTG, ambos integrantes da Rede Gestão.

Os modelos práticos adotados variam da divisão (fixa ou variável) de parte dos lucros ou resultados, até a concessão ou facilidades para a aquisição de ações ou cotas da empresa para aqueles que contribuíram mais para o alcance dos resultados. Para Francisco, ao adotar esse tipo de estratégia, cria-se uma relação "ganha-ganha" entre os envolvidos no processo. "A participação nos lucros ou resultados estimula a construção de uma ética do trabalho que proporciona ganhos para as empresas, empregados e clientes".

Todavia, e isso é muito importante, antes de implantar qualquer política de participação nos resultados é necessário planejamento. Quando distribuir, como pagar, quem participa, como negociar, como comunicar e como avaliar são algumas perguntas que devem ser feitas para que a estratégia alcance os resultados esperados. "Transparência e simplicidade nos indicadores de resultado e nos critérios de distribuição são essenciais", orienta o consultor. Também é aconselhável: (1) associar o ganho com o desempenho individual; (2) distribuir o que é ganho efetivo da empresa (e não benesse do empresário) e evitar a confusão com salário (participação não é complemento salarial!); (3) realizar momentos periódicos de avaliação e ajustes do sistema ou dos indicadores

Ao ajudar a transformar empregados em empreendedores, o sistema de remuneração variável pode colocar a organização no rumo da competitividade. "É com gente que se produz qualidade. É com gente que se faz, inclusive, redução de custos. É com empregados empreendedores que se criam vantagens competitivas poderosas", observa Francisco Cunha.

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