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Prazer: o combustível da produtividade

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Publicado em Sun Aug 22 10:00:00 UTC 1999 - Edição 49
"O ser humano é programado para procurar o prazer e fugir da dor". A definição de Sigmund Freud, pai da Psicanálise, leva a uma conclusão simples. As pessoas tendem a ser muito mais felizes e produtivas se conseguirem extrair prazer de todas as suas atividades- das mais simples às mais complexas. E a regra aplica-se também à vida profissional. Embora muita gente encare o trabalho mais como uma obrigação do que como uma fonte de prazer, é cada vez maior o número de empresas que despertam para a importância desta questão, que interfere diretamente na sua capacidade de competir. Ter nas suas fileiras funcionários que trabalham com prazer significa ter equipes mais motivadas e mais produtivas. Tanto quanto benefícios e estímulos, o prazer no trabalho está sendo encarado cada vez mais como o verdadeiro combustível da produtividade.

Para a psicóloga Vânia Martha Portela, analista da Thomas International e especializada em Análise do Perfil Pessoal, a satisfação dos empregados no trabalho é algo que deve estar na ordem do dia de qualquer empresa preocupada com sua competi-tividade. "É no trabalho que passamos a maior parte da nossa existência. As pessoas que não lidam bem com o prazer, dificilmente estão felizes no desempenho dos seus papéis e certamente estão produzindo menos do que poderiam", observa Vânia, também integrante da Inova Ação Consulting e da Rede Gestão.

Para sentir-se motivado e trabalhar com prazer, o profissional deve, segundo a psicóloga, (1) Trabalhar no que gosta; (2) Sentir-se respeitado como pessoa; (3) Ver reconhecido seu talento individual; (4) Relacionar-se bem com todos; (5) Dispor de ferramentas para desempenhar bem seu papel; (6) Trabalhar num ambiente físico agradável, (7) Sentir-se perma-nentemente estimulado.

Em alguns casos, entretanto, existe a incapacidade de associar esses dois princípios. "Há chefes que não conseguem admitir prazer no trabalho, gerentes para quem um sorriso significa anarquia", aponta Vânia. O prazer para estas pessoas está ligado a um padrão mental de falta de seriedade, perda de tempo. "Como no caso dos pais que não sabem brincar com os filhos porque "papel de pai" é colocar dinheiro em casa", situa.

Segundo ela, se o gerente conhece o perfil pessoal de cada funcionário é possível construir equipes mais coesas e eficientes. "Lideranças compatíveis com os perfis dos funcionários e funcionários complementando o perfil dos chefes. A partir daí, a organização pode implantar uma política motivacional bem direcionada", observa.

Vânia acredita que esta é a base necessária para que todos trabalhem com prazer. "Este pode ser o combustível que faltava para fazer funcionar aquele programa de qualidade que ainda não deslanchou".

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