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O texto como ferramenta de trabalho

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Publicado em Sun Jul 04 19:45:00 UTC 1999 - Edição 42
A recente briga travada por inúmeros estados brasileiros para receber a instalação da fábrica da Ford no País trouxe à tona uma evidência. Apesar de ter perdido o empreendimento para a Bahia, Pernambuco entrou no jogo com condições de vencer e mostrou que possui diferenciais competitivos suficientes para atrair investimentos de grande porte. Mão de obra qualificada, infra-estrutura, posição geográfica estratégica, tamanho do mercado consumidor e um pólo desenvolvido na área de ciência e tecnologia são alguns fatores que colocam Pernambuco em uma posição de destaque no cenário nacional, acenando para a retomada do desenvolvimento do Estado no início deste novo século. Para muitos profissionais, escrever um simples memorando é uma tarefa tão árdua quanto falar em público: as palavras nunca parecem adequadas, as idéias recusam-se a seguir uma ordem lógica e o resultado final quase sempre fica abaixo das expectativas. O fato é que, nestes tempos de comunicação virtual, as pessoas parecem estar perdendo a capacidade de escrever. E o pior, estão dando pouca importância à qualidade da comunicação escrita, cada vez mais restrita às mensagens telegráficas dos e-mails. "Esta é uma atitude que, analisada sob uma perspectiva mais ampla, pode arranhar a competitividade do profissional ou da organização", observa Paulo Gustavo, sócio e redator da Consultexto, a mais nova empresa integrante da Rede Gestão.

Para o consultor, a comunicação escrita bem feita é um valor que agrega qualidade ao texto, "uma ferramenta de trabalho estratégica." "Quantas vezes não vemos uma página na Internet plasticamente perfeita, mas com um texto truncado, pouco objetivo e sem coerência lógica", exemplifica. "Isso prejudica a eficiência da comunicação e conta pontos negativos para a marca." O mesmo raciocínio serve para o profissional: pode ser tecnicamente competente, mas, se comete erros grosseiros ao escrever um ofício ou um simples bilhete a seus subordinados, pode comprometer sua marca e sua imagem pessoal.

Para eliminar problemas nessa área, Paulo Gustavo lembra que o primeiro passo é preocupar-se com a qualidade dos textos, sobretudo os que buscam promover e representar a imagem da empresa: folders, relatórios, anúncios publicitários, informativos, perfis empresariais, documentos de alta relevância etc. Por outro lado, não se deve esquecer que a maior parte das regras para bem redigir é apenas bom senso codificado. Escrever bem não exige talento literário especial. Quem se expressa oralmente com clareza já tem quase tudo para decolar na linguagem escrita. Pode-se dizer que escrever bem é "falar no papel" de maneira coerente e organizada. Um ótimo exercício é ler, sobretudo se a leitura for um bom exemplo de redação análoga àquela que se quer produzir.

Algumas dicas: (1) usar sempre a ordem direta; (2) evitar intercalação de frases; (3) utilizar períodos curtos; e (4) buscar sempre uma estrutura lógica. Além disso, deve-se procurar desenvolver o texto sempre em três partes coerentes - início, meio e fim. Ou seja, apresentar o tema, desenvolvê-lo e fazer uma conclusão sobre o que foi tratado. E, sobretudo, praticar. "Escrever é como andar de bicicleta: uma questão de prática. Só se aprende tentando", resume Paulo.

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