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O lado bom da turbulência

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Publicado em Sun Apr 25 18:52:00 UTC 1999 - Edição 32
Inflação de até 2.500% ao ano, inúmeras tentativas de estabilização, trocas sucessivas de moedas, confisco de poupança, rodízio de ministros, overdose de medidas provisórias. A história recente da economia brasileira é uma coleção de fatos capazes de desafiar o mais experiente dos economistas. Se, por um lado, o caos econômico que marcou as duas últimas décadas é um filme que ninguém gostaria de rever, por outro ele foi responsável pela formação e pelo desenvolvimento de uma espécie de executivo melhor adaptado às mudanças do ambiente econômico. Aperfeiçoado pelos inúmeros desafios e com PhD em matéria de crise, eles têm ocupado cada vez mais espaço no mundo dos negócios em escala mundial. Uma de suas principais vantagens competitivas: adaptar-se com facilidade a novos desafios e responder rapidamente às situações difíceis.

O executivo brasileiro é um personagem em ascensão no mercado mundial. Empresas como o Citibank, Stamedia Network, Philips, McCann Erickson Worldwide, Grupo Renault, Fiat, Hoechst, The Dow Chemical Company, Rhodia, Goldman Sachs & CO. e Bankers Trust Corp, só para citar algumas, estão entre as multinacionais que têm brasileiros nos seus principais cargos de comando. Esse grupo, bastante seleto, mas em franco crescimento, tem a seu favor a experiência de ter conduzido seus empreendimentos com sucesso, em meio a cenários que seus colegas do "primeiro mundo" certamente só viram nos livros de teorias econômicas.

"A capacidade de adaptação e de responder com eficiência às mudanças praticamente diárias da economia brasileira foram atitudes que se converteram em vantagens competitivas, hoje disputadas pelas principais empresas do mundo", afirma Francisco Carneiro da Cunha, sócio da TGI Consultoria em Gestão, componente da Rede Gestão. O executivo brasileiro é um profissional que funciona eficientemente em ambientes em transformação. Consegue lidar com mais de um problema por vez e não tem medo de mudar o rumo quando a situação exige.

O know-how em crise é importante, mas não é o único ponto positivo do currículo desse profissional. Os executivos brasileiros têm se destacado também pela postura diante das adversidades. Pela própria cultura do País, apresentam uma atitude mais positiva diante dos problemas, mais solucionadora e criativa. A postura conciliadora hoje se transformou em jogo de cintura, capaz de contornar situações difíceis com desenvoltura.

"O grande desafio gerencial das empresas locais é, justamente aliar a essa vantagem quase natural uma visão de mercado inovadora. Mas para isso, já temos um bom caminho andado", conclui Francisco Cunha.

Rede Gestão