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Organização em rede: o futuro bate à porta

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Publicado em Sun Apr 18 18:49:00 UTC 1999 - Edição 31
As duas farmácias do bairro, que antes viviam em pé de guerra, agora fazem parte de um mesmo grupo. Todas as revendedoras de veículos da rua, que ontem disputavam o cliente à tapa, hoje se tornaram parceiras. O mundo dos negócios está virando de cabeça para baixo? Não exatamente. Apenas é cada vez maior o número de empresas e organizações que rendem-se a uma evidência inquestionável. A parceria, seja com fornecedores, clientes e, até mesmo, com os concorrentes, é uma tendência irreversível da gestão empresarial moderna. Os consultores são unânimes em afirmar que criar alianças estratégicas, constituindo redes de funcionamento articulado, é uma das maneiras mais eficientes de compartilhar riscos, reduzir custos, elevar os padrões de qualidade e compartilhar informações relevantes.

"Sem fazer alianças, dificilmente um negócio, por mais forte que pareça hoje, terá condições de sobreviver à disputa com a concorrência, nos próximos anos, sobretudo se ela estiver articulada em rede", diz a consultora Edna Monteiro, da E&R Estratégias & Resultados, integrante da Rede Gestão.As redes de farmacias, das quais a Rede Saúde é um exemplo, que reúne dezenas de farmácias em Pernambuco, e a Rede Auto Fácil, que conseguiu agregar todas as revendedoras de veículos da avenida Caxangá, no Recife, são alguns dos exemplos locais de organização em rede. Mas gigantes como a IBM, Microsoft, GM, Siemmens e outras organizações do mesmo porte já descobriram há tempos as vantagens de criar e manter alianças estratégicas. Ao invés de lutarem sozinhas para superar os desafios cada vez maiores da competitividade, as empresas estão firmando parcerias estratégicas para conseguir sobreviver e acompanhar as rápidas transformações do mercado.

"A atuação em rede torna as empresas mais fortes", diz Edna Monteiro. "Com recursos limitados ou enfrentando uma concorrência cada vez mais acirrada, as organizações estão se unindo para potencializar suas vantagens". A organização em rede, segundo a consultora, pode trazer inúmeros benefícios para os seus integrantes. De um maior poder de negociação junto aos fornecedores até a construção de uma imagem sólida junto aos clientes e ao mercado como um todo, dando maior prestígio e confiabilidade às marcas.

Criar parcerias estratégicas, entretanto, requer mais do que boa vontade. "É preciso planejar, definir cuidadosamente os detalhes da implantação, funcionamento e operacionalização da rede", observa Edna. Devem ser definidas metas e avaliado permanentemente se elas estão sendo atingidas. "Interagir, compartilhar conhecimentos e trocar experiências são princípios da organização em rede que devem ser adotados não somente pelas empresas, mas também por profissionais preocupados com o aperfeiçoamento de sua capacidade competitiva".

O futuro da maioria dos negócios hoje em dia depende, de forma muito direta, da capacidade de construir vínculos sólidos de parceria, articular alianças estratégicas ou organizar-se em redes de competências complementares.

A época do bloco do "eu sozinho" está vivendo seus últimos momentos.

Rede Gestão