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Driblando o stress

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Publicado em Sun Oct 11 15:50:00 UTC 1998 - Edição 5
Ele não escolhe vítimas. Está presente tanto nas pequenas empresas como nas grandes organizações. Democrático, atinge desde o funcionário mais simples até os executivos mais poderosos. Nesses tempos onde globalização, competitividade e crise são palavras de ordem, e trabalha-se cada vez mais para alcançar bons resultados, ninguém está imune ao stress, certo?

A melhor resposta, no entanto, não é um sim obrigatório. É claro que as pressões e exigências do ambiente de trabalho geram um certo nível de stress. Mas o conceito de que o excesso de trabalho é o grande vilão da história merece algumas reflexões. "É perfeitamente possível alguém manter uma jornada de 14, 16 horas de trabalho e chegar ao final do dia de bom humor e sentindo-se bem", assinala a psicóloga Eliene Rodrigues, do INTG, integrante da Rede Gestão.

Não é a quantidade, mas a qualidade do trabalho que está diretamente relacionada ao stress. Para evitá-lo, o primeiro mandamento, segundo Eliene, é trabalhar com prazer e encontrar prazer no resultado do trabalho.

Em grande parte dos casos, são os conflitos – muitas vezes não falados, não enfrentados ou mal resolvidos – que estão por trás do sentimento de "esgotamento" físico e emocional que carateriza o stress. Eliene identifica um erro comum nas organizações: "É preciso livrar-se do mito de que a empresa deve ser como uma família: harmônica, sem competição, sem divergências". Assim como existem nas melhores famílias, os conflitos também estão presentes nos ambientes de trabalho. A melhor forma de superá-los é assumir e discutir as diferenças, o que contribui, inclusive, para tornar o trabalho mais estimulante, embora, talvez, menos
"tranqüilo".

Nesse aspecto, os gerentes têm um papel fundamental, que é o de saber reconhecer as diferenças nas equipes, sem repetir o equívoco, até bastante comum, de forçar um igualitarismo inexistente. Conflitos varridos para baixo do tapete e ignorados por quem deveria administrá-los geram desgaste, frustração e são, talvez, os principais responsáveis pelo stress.

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