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Gerenciando equipes com autonomia

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Publicado em Sun May 04 18:24:00 UTC 2003 - Edição 241

Um conceito vem ganhando cada vez mais espaço nas empresas quando se fala em gerenciamento de equipes: a autonomia. Hoje, parece haver um maior entendimento de que a autonomia é um requisito importante para a construção de equipes mais comprometidas e eficientes, capazes de fazer a diferença em um ambiente cada vez mais competitivo. Essa idéia marca uma mudança significativa, também, no papel e na postura do gestor. Sai de cena o profissional centralizador e ganha espaço o gerente que delega, compartilha e considera seus subordinados como parceiros na construção do futuro planejado.

 

Segundo a consultora Carolina Holanda, da TGI Consultoria em Gestão, integrante da Rede Gestão, para falar em autonomia é preciso considerar o conceito de gestão estratégica, o que pressupõe uma equipe com capacidade de construir, responsabilizar-se, comprometer-se com os resultados da empresa e se empenhar em realizar as metas e os objetivos estratégicos. Dessa forma, autonomia deixa de ser "a faculdade de se governar por si mesmo", como é considerada no senso comum, e passa a ser, numa gestão estratégica, a capacidade de estabelecer vínculos caracterizados pela reciprocidade nas relações de poder, no que isso implica de iniciativa, responsabilidade e decisão.

 

"No exercício da autonomia, o gestor passa a considerar que todos de sua equipe podem contribuir equilibradamente para a construção do espaço, do projeto coletivo, mas respeitando as diferenças de cada um na forma de fazer, conceber ou construir", assinala a consultora.

 

Como todo outro exercício que busca maior competitividade para a empresa, a autonomia tem algumas exigências e custos. Todos os integrantes da equipe precisam se responsabilizar pelos seus atos; expor suas idéias, fazendo uso de argumentos consistentes; compartilhar com o grupo, assumindo os riscos de ser aceito ou criticado; e negociar e fazer acordos, refazendo-os quando preciso. "Uma parte fundamental desse exercício é a prática de acordos, na qual todos podem e devem expor suas idéias, a fim de discutir qual a melhor alternativa para que, juntos, seja possível construí-la", diz Carolina.

 

A consultora ressalta que, ao contrário do que muitos pensam, a autonomia não é algo dado ou que pode ser adquirido instantaneamente. Ela é conquistada e, para isso, é preciso perseguir alguns de seus atributos. "O profissional que exerce autonomia tem iniciativa; visão antecipatória; e capacidade de decidir, resolver e assumir responsabilidades." É preciso ainda um grande senso de autocrítica, capacidade de reconhecer seus limites e disposição para fazer os ajustes sugeridos pelo grupo.

 

 Para a consultora, o gestor que privilegia esse exercício deve considerar que delegar é necessário, portanto o poder é compartilhado. Não há lugar para centralizadores. E uma vez delegadas as atividades, é preciso cumprir e respeitar os acordos. "Para consolidar a relação de autonomia com sua equipe, o gerente precisa assegurar que as informações estejam circulando, que a comunicação seja clara e transparente. Não usar do autoritarismo para tentar mobilizar o grupo, mas jamais deixar a autoridade de lado, pelo contrário, exercê-la de modo firme e flexível para fazer os ajustes necessários no que foi acordado", destaca.

 

Enfim, o gestor precisa bancar junto com a equipe os custos da autonomia, suportando questionamentos e críticas, tendo paciência de ensinar quantas vezes for preciso, acompanhando os integrantes de sua equipe e admitindo, também, aprender com eles. 


Rede Gestão