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Governança Corporativa: o Desafio

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Publicado em Sun May 19 21:38:00 UTC 2002 - Edição 191

As novas exigências do mercado, decorrentes do crescimento e da profissionalização, têm obrigado muitas organizações a repensarem seus modelos de gestão. É comum encontrarmos empresas que aumentaram sua produção, ampliaram seu market share, alavancaram seus negócios e, com isso, precisaram remodelar seus processos e rever seu quadro de funcionários, já que a estrutura não suportava mais seu crescimento.

 

É dentro desse contexto que ganha importância o conceito de Governança Corporativa, que surgiu na Inglaterra e nos Estados Unidos e evoluiu significativamente nos últimos dez anos. Esse modelo de gestão é hoje um dos principais aliados das sociedades anônimas no Brasil, ao evitar o abuso de poder dos acionistas majoritários sobre os minoritários, fraudes e erros estratégicos. O tema vem ganhando espaço principalmente após a publicação, no ano passado, do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (órgão que contribui para a otimização do conceito no País), e com a entrada em vigor da nova lei das Sociedades Anônimas (10.303/01).

 

Numa estrutura de Governança Corporativa, a relação dos acionistas com os gestores ocorre por intermédio do Conselho de Administração. Chamado por Peter Drucker de "a consciência da empresa", ele é o responsável por colocar em prática os objetivos da empresa, visando proteger seu patrimônio, maximizar o retorno do investimento e cultivar os seus valores, suas crenças e seus propósitos. Cabe aos conselheiros, pessoas com visão estratégica e conhecimento de mercado, zelar pela isenção, fiscalizar a gestão dos diretores e prestar contas aos acionistas. Para tanto, o Conselho conta com ferramentas como a auditoria independente, que avalia os controles e procedimentos internos, e com o conselho fiscal, uma forma de controle independente para os acionistas.

 

A Governança Corporativa permite que os sócios-proprietários possam ter total controle da sua organização, por meio de uma efetiva monitoração da diretoria executiva. Assim, os sócios ficam mais livres para cuidar dos assuntos estratégicos da empresa, com a certeza de que a gestão está indo bem, uma vez que o sistema de monitoramento é ágil e eficaz.

 

Na empresa familiar, a Governança contribui para a profissionalização da sociedade e de toda organização, ao impor padrões de cultura e normas de procedimento inclusive ao proprietário. Com esse modelo, há a separação clara do triedro: Família, Propriedade e Gestão. A empresa deixa de ser tratada como uma "instituição" que gera renda apenas para a família e passa e ser um "negócio" rentável e sadio, de amplitude bem maior.

 

Com uma estrutura de Governança, as empresas passam a ser vistas como sinônimo de transparência e ética, adquirem confiança do mercado e têm suas ações mais valorizadas. Diferenciam-se de outras organizações do mesmo porte, tornam-se mais profissionais e, sem dúvida, mais valorizadas e respeitadas por toda sua cadeia de negócios.


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