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Perspectivas para 2008

Para Francisco Cunha, da TGI, Brasil continuará crescendo a taxas maiores que a média mundial.
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Publicado em Sun Dec 09 14:09:00 UTC 2007 - Edição 479

          Apesar da crise causada pelo estouro da bolha imobiliária norte-americana, a economia mundial não deve apresentar queda significativa em 2008 devido, em grande parte, ao crescimento do BRIC — bloco de países emergentes formado pelo Brasil, pela Rússia, pela Índia e pela China. Esses países devem fechar este ano com um crescimento médio de 8%, funcionando como um contraponto à crise da economia norte-americana e equilibrando o mercado mundial.
          A avaliação foi feita pelo consultor Francisco Cunha, diretor da TGI Consultoria em Gestão, empresa integrante da Rede Gestão, durante o lançamento da Agenda TGI 2008. Mas ele alerta que o cenário externo causa uma certa preocupação, pois há a possibilidade de turbulências que seguramente teriam impactos significativos na economia dos países em desenvolvimento. Citando Simon Johnson, economista-chefe do FMI, Francisco alertou que “Há potencial para uma colisão entre crise financeira do século XXI e um choque do petróleo ao estilo do ocorrido na década de 1970. Seria como se uma tempestade perfeita atingisse o mundo”.
          No Brasil, segundo o consultor, a questão do momento é: o crescimento alcançado nos últimos quatro anos se sustentará em 2008? A resposta vai depender de uma combinação de fatores externos e internos.
          Francisco comparou o atual momento brasileiro a um copo pela metade. Os otimistas vêem o copo meio cheio — um país que acaba de entrar no ranking de países de alto desenvolvimento humano da ONU, que tem 48% dos trabalhadores com carteira assinada, e apresenta forças como indústria diversificada, mercado financeiro avançado, estabilidade macroeconômica e democracia consolidada. Já quem vê o copo meio vazio aponta os 52% da população economicamente ativa atuando na informalidade, a infra-estrutura precária, o ensino deficiente, os gastos públicos excessivos, além da burocracia e da tributação elevadas.
          “O Governo Lula tem como principais desafios fazer o dever de casa macroeconômico, combater a pobreza e retomar o crescimento sustentado. Os dois primeiros já foram superados, mas falta o terceiro”, disse.
          Durante o lançamento da Agenda TGI, foi realizada uma pesquisa com os empresários presentes, sobre os cenários mundial e nacional. A grande maioria (68,8%) acredita que a tendência da economia mundial em 2008 é manter a estabilidade, enquanto 29,4% apostam em uma queda moderada e 1,8%, em uma queda acentuada.
          A pesquisa também ouviu a opinião dos empresários sobre as principais causas do bom desempenho econômico do Brasil, apesar das turbulências externas. Para 65,6%, o motivo são os fundamentos da economia, enquanto 18,8% apontaram a estabilidade das instituições e 15,6%, a maturidade da sociedade.
          Para 42,2% dos entrevistados, o maior desafio do Governo Lula em 2008 será fazer decolar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Já 38,5% acreditam que o principal desafio será manter o crescimento sustentado, e o restante (19,3%) acha que o grande desafio será assegurar a governabilidade.


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