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Desafios e Oportunidades do BNDES no Nordeste

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Publicado em Tue Sep 08 16:00:00 UTC 2015 - Edição 883
O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) apresentou, dia 3 de setembro, aos sócios da Rede Gestão, um apanhado sobre o desempenho do banco no Nordeste nos últimos 8 anos e seus principais desafios para os próximos anos. Paulo Guimarães, chefe do Departamento Nordeste do BNDES, apresentou inicialmente a relação direta que as empresas têm com a instituição e o apoio desta a mais de 78% das empresas sediadas no País, realizando mais de 1,1 milhão de operações por ano. "Em 2014, 96% das empresas que realizaram operações com o banco eram micro, pequenas e médias empresas. Ao todo foi um desembolso de R$ 188 bilhões, sendo 32% para esse público. Com isso, mostramos que não trabalhamos apenas com poucos projetos ou só com aqueles de grande porte, também atendemos fortemente a micro, pequenas e médias empresas”, explicou Guimarães. 
 
Com um escritório no Recife, o BNDES acompanha de perto os 21 projetos estruturantes que financia no Nordeste, como o estaleiro, a refinaria e um polo petroquímico — todos em Pernambuco. Somente entre 2007 e 2014, a participação da Região nos desembolsos do BNDES cresceu de 8% para 13%, sendo mais de R$ 35 bilhões investidos no Estado de Pernambuco no período de 2009 a 2015, valor sete vezes maior que o de 2002 a 2008, quando o desembolso ficou na casa dos R$ 5 bilhões.
 
Segundo o gestor, nos últimos 5 anos, o Nordeste teve um aumento significativo das operações de financiamento e desembolsos, com importantes investimentos em infraestrutura, com as obras de portos, aeroportos, energias renováveis, logística e ferrovias. Citou também uma “nova” base industrial, voltada para a indústria de energia eólica e solar, refino de petróleo, papel e celulose, farmacoquímica, bioquímica, siderúrgica, petroquímica e automobilística.
 
No entanto, apesar do evidente crescimento, Guimarães apontou que o Nordeste continua retendo a maior parte da pobreza do País, com renda per capita e produtividade abaixo da média nacional, concluindo que há uma necessidade de esforço concentrado para superação da desigualdade e heterogeneidade estrutural nordestina. Um dado preocupante é a diminuição de projetos colocados em consulta e aprovados, mas mesmo assim o Nordeste ainda tem um desempenho bom. “No que diz respeito ao número de consulta, estamos no mesmo nível do Brasil (queda de 38%); já em aprovação, o Brasil teve uma queda de 46% enquanto, no Nordeste, diminuímos apenas 13%. Uma parcela dessa redução pode ter ocorrido devido às mudanças nas políticas operacionais internas, mas enxergamos que o cenário político-econômico tem contribuído fortemente para esta diminuição”, ressaltou Paulo Guimarães.  
 
A explanação foi concluída com a enumeração de quatro desafios para os próximos anos. São eles: garantir o amadurecimento dos investimentos implantados ou em curso, enraizando e mobilizando a produção local no atendimento por bens e serviços; monitorar as questões ambientais e observar os efeitos nos municípios direta e indiretamente afetados pela presença de projetos de grande porte, observando a dinâmica da ocupação urbana e demográfica; atrair um novo ciclo de investimentos para o Nordeste com presença de empreendimentos de última geração e setores intensivos em inovação e fortemente relacionados com as demandas do século XXI; e proporcionar grandes investimentos em capital humano. "O cenário é complexo, mas temos que olhar para a frente, para as oportunidades que estão lançadas. É uma demanda gigantesca de projetos de infraestrutura que podem nos ajudar no desenvolvimento a médio e longo prazo", finalizou Paulo Guimarães.

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