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Prevenindo o Assédio Moral

A relação com os empregados, em qualquer organização, deve ser pautada pelo princípio básico do respeito e pelo profissionalismo.
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Publicado em Sat Mar 08 18:27:00 UTC 2014 - Edição 805

A qualidade do relacionamento com a equipe deve ser uma preocupação permanente dos gestores, e não apenas para garantir produtividade e bons resultados. Tema ainda considerado tabu em muitas empresas, o número de processos por assédio moral vem crescendo no universo das ações trabalhistas. Se até algum tempo atrás posturas inadequadas, situações constrangedoras ou cobranças excessivas no ambiente de trabalho podiam ser atribuídas ao "estilo" de um chefe mais autoritário, ou linha-dura, hoje esse comportamento se tornou um risco. Cada vez mais informados e conscientes, os profissionais estão buscando na Justiça a reparação por tratamentos abusivos, tornando obrigatória a reflexão sobre a forma com a qual os gestores estão lidando com suas equipes.   

Esse quadro ressalta algo que já deveria ser evidente para todos os que trabalham com gestão de pessoas. Apesar das pressões por competitividade e resultados, a relação com os empregados, em qualquer organização, deve ser pautada pelo princípio básico do respeito e pelo profissionalismo. Humilhações, chantagens e cobranças exageradas, muito além do razoável, não devem fazer parte da estratégia do gestor. Chefes "tiranos", além de abrirem a porta para uma eventual interpretação de assédio moral, também se mostram, na maioria das vezes, líderes ineficazes. Dificilmente profissionais que se sentem desrespeitados ou acuados conseguem sustentar um bom desempenho por muito tempo.

A empresa precisa estar permanentemente atenta ao comportamento de seus gerentes e líderes de equipes para coibir eventuais abusos. Afinal, se algum empregado entrar com uma ação trabalhista por assédio moral, quem irá responder judicialmente é a organização. Sem falar no dano que processos desse tipo podem causar à imagem da empresa.

É preciso cuidar do clima no ambiente de trabalho. Não é difícil encontrar nas organizações gerentes que ainda desenvolvem uma postura de arrogância no trato com a equipe, por diversas razões — seja vaidade, ego inflado ou medo de perder o lugar. Esse comportamento, além de ética e moralmente reprovável, é pouco estratégico, tanto do ponto de vista da gerência como da própria carreira. Primeiro, porque uma equipe subordinada ao medo não atua como aliada. Depois, porque, no mundo corporativo, o subordinado de hoje pode ser o cliente de amanhã.

Mesmo que não seja grave a ponto de ser considerado assédio moral, o comportamento inadequado ou agressivo dos gestores deve soar como um sinal de alerta para a empresa. Com um mercado aquecido e a carência de bons profissionais, ser uma "boa empresa para se trabalhar" deixou de ser um diferencial para se tornar uma exigência. Para ter uma equipe competente e comprometida, é fundamental oferecer, além de salário e benefícios atrativos, bom clima e ambiente de trabalho estimulante. Um gestor que se relaciona de forma grosseira com seus subordinados está minando os esforços da empresa em montar um time competitivo, comprometendo, em última instância, sua própria capacidade de competir. 
 


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