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Desafios da Gestão Escolar Contemporânea

Além de repassar conhecimento técnico-científico, é preciso preparar os jovens para atuar de forma mais ampla e eficiente na realidade.
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Publicado em Sun Apr 11 17:23:00 UTC 2010 - Edição 601
          O contexto socioeconômico e cultural de hoje caracteriza-se por um intenso dinamismo produtor de rápidas mudanças que, para serem enfrentadas, exigem continuamente reflexão e posicionamento das instituições e dos profissionais. O que a escola tem a ver com isso? Qual pode ser o seu papel nessa questão? Como pode se estruturar para atender à necessidade atual de formar alunos para virem a ser futuros profissionais competentes num cenário tão volátil?
          Pesquisas e estudos teóricos de âmbito nacional e internacional na área da educação e documentos oficiais do Ministério da Educação (Parâmetros Curriculares Nacionais e Orientações Curriculares do Ensino Médio) têm recomendado que as práticas de ensino sejam pautadas no desenvolvimento de competências e habilidades dos estudantes, conquistadas por meio da adoção da interdisciplinaridade, da contextualização e da resolução de situações-problema no processo de aprendizagem. O desafio com o qual se depara a escola contemporânea é educar jovens habilitados no conhecimento técnico-científico e que sejam capazes de atuar com eficiência na realidade atual. Principalmente com a adoção do Enem como procedimento seletivo para a inserção nas universidades, as escolas precisam realizar, por excelência, uma atuação interdisciplinar sistemática. 
          No entanto, não é tarefa fácil integrar, especialmente no Ensino Médio, uma equipe de profissionais docentes, que apresenta diferentes concepções sobre a educação e que atua em várias instituições de ensino, cujas propostas pedagógicas, na maioria das vezes, são divergentes. Na prática, o que se percebe, em grande parte das escolas, são atuações solitárias de professores que tendem a se restringir às problemáticas e vivências de sua própria disciplina. Agindo dessa maneira, o professor e, principalmente, a escola fogem da proposta inovadora de uma educação de qualidade.
          Portanto, o primeiro passo que se impõe é a escola preparar seus profissionais para que possam lidar com esse novo objetivo. O que significa que eles deverão não apenas dominar o conteúdo de sua disciplina, mas saber articulá-lo com os diversos saberes da esfera escolar, de modo contextualizado e sem perder o foco, que é o desenvolvimento das capacidades. Ou seja, auxiliar o aluno a aprender a aprender, a aprender a fazer, a aprender a conviver e a aprender a ser. 
Para viabilizar um novo modelo educacional, fundamental para o desenvolvimento do País, é importante, por exemplo, problematizar as práticas docentes, socializar as dificuldades e as experiências exitosas, negociar e fazer acordos de trabalho que viabilizem, no cotidiano, uma atuação mais sincronizada, integrada e de maior qualidade nos resultados. O investimento no capital intelectual do corpo de profissionais propiciará a construção de novas estratégias educacionais a serem compartilhadas e executadas de modo coletivo. Para isso, é preciso ousadia, visão de futuro e firme patrocínio, especialmente da gestão escolar, para comprometer os diversos atores responsáveis por fazer, no dia a dia da escola, o sucesso dessa empreitada. E esse desafio não é pequeno!

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