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O Frevo Como Negócio

Prestes a se tornar patrimônio imaterial da humanidade, o ritmo pernambucano tem potencial para se tornar um trunfo econômico se tratado adequadamente.
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Publicado em Fri Apr 27 23:12:00 UTC 2012 - Edição 708

          O frevo pode se tornar patrimônio imaterial da humanidade ainda este ano. Em visita ao Estado, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, anunciou que o tradicional ritmo pernambucano, com todas as suas variações (frevo de rua, de bloco e canção), está perto de ganhar o título de Patrimônio Imaterial Mundial da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A organização internacional deve colocar o tema na pauta da próxima reunião, que acontecerá no mês de novembro, em Barbados, no Caribe.
          Desde 2007, o frevo já é considerado patrimônio imaterial do Brasil e agora, com o título mundial, pode dar um salto ainda maior. Já são reconhecidos pela Unesco o samba do recôncavo baiano e ritmos de outros países, como o tango argentino e o fado português. Agora é a vez de Pernambuco engrossar essa lista. Caso o título se confirme, os olhos do mundo se voltarão para nossa terra, criando uma oportunidade única para transformarmos o frevo em um produto cultural sem fronteiras. 
          O momento não poderia ser melhor. Por crescer a taxas acima das do Brasil, que por sua vez está entre os países que mais crescem no mundo, Pernambuco já está no foco das atenções e dos investimentos em escala global, como mostra o aporte de mais de US$ 62 bilhões já confirmados em nossa economia. O título da Unesco certamente dará ainda mais visibilidade ao Estado, transformando o frevo, um dos símbolos mais representativos da nossa cultura tanto na música como na dança, em um produto de grande valor. 
          O desafio para profissionais, empresas, organizações e para o próprio Estado será trabalhar adequadamente essa manifestação cultural, aproveitando todo o seu potencial de geração de negócios, renda e riqueza. Em outras palavras, profissionalizar o frevo, como os cariocas fazem tão bem com o samba e os baianos com a axé music. Estamos no caminho certo. Pernambuco vive um momento de valorização de suas manifestações culturais, com o sucesso de nosso Carnaval, que atrai milhares de turistas do Brasil e do exterior. O próprio frevo passa por um momento de celebração, com a abertura, ainda este ano, do Paço do Frevo, no Recife Antigo, um museu inteiramente dedicado ao ritmo.
          Durante anos, o turismo de Pernambuco, assim como o de outros estados do Nordeste, apostou em atrativos como sol, mar e cenários paradisíacos, concorrendo não apenas com seus vizinhos, mas com outros destinos internacionais consagrados. A fórmula já dá sinais de esgotamento. Devemos aproveitar o bom momento para investir também em outros trunfos, explorando o único, o particular, o que só Pernambuco tem a oferecer ao mundo. Que diferencial pode ser maior que nossa riqueza e diversidade cultural reconhecidas mundialmente?


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