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Patrimônio Imaterial e Turismo

O Roteiro Integrado da Civilização do Açúcar (Rica) é um exemplo de como transformar história e cultura em atrativos turísticos.
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Publicado em Sun Oct 23 19:41:00 UTC 2011 - Edição 681

          Fazer turismo em Pernambuco, assim como em todo o Nordeste, sempre foi sinônimo de conhecer cenários paradisíacos, banhados pelo sol e mar, com calor o ano inteiro. Mas a inegável vocação turística do Estado vem apostando, nos últimos anos, em outros trunfos, explorando particularidades que tornam Pernambuco um destino único, diferente de todos os outros.
          Um exemplo dessa nova maneira de pensar o potencial turístico do Estado é o Roteiro Integrado da Civilização do Açúcar (Rica), projeto coordenado pelo Sebrae, com apoio e participação de diversas instituições, como a Fundação Gilberto Freyre, integrante da Rede Gestão. O Rica resgata a história e integra, em um mesmo roteiro turístico, 21 municípios de Pernambuco, da Paraíba e de Alagoas cujas histórias se entrelaçam com a cultura da cana-de-açúcar, cultivada desde o período colonial.
          A criação do Roteiro exigiu um amplo esforço de articulação, envolvendo desde a recuperação do patrimônio histórico à promoção de atividades de capacitação e consultoria em gestão e qualidade junto aos pequenos comerciantes e empresários das cidades, visando oferecer um atendimento adequado aos turistas.
          De acordo com o coordenador da Fundação Gilberto Freyre, Gilberto Freyre Neto, o projeto vem sendo desenvolvido há alguns anos e, agora, começa a apresentar os primeiros desdobramentos, com a implantação dos roteiros culturais nos estados, nas cidades e nos bairros. “É um grande desafio consolidar essa ideia, transformando o legado histórico da cultura do açúcar em um produto único, exclusivo, capaz de atrair os turistas ou de ampliar o seu tempo de permanência no estado”, assinala.
          Esse novo modelo propõe aos visitantes um mergulho histórico na região, entrando em contato com a arquitetura dos engenhos, paisagens rurais, gastronomia, artesanato, folclore e festas populares, com traços ainda remanescentes do Brasil Colônia. Em Pernambuco, integram o Rica os municípios do Recife, de Goiana, Igarassu, Ipojuca, Itamaracá, Nazaré da Mata, Olinda e Vicência.
         Trabalhar o patrimônio imaterial, transformando-o em produto turístico, seja para visitantes de fora ou locais, é objeto de trabalho da Fundação Gilberto Freyre também em outros projetos. Um exemplo, sediado no Recife, é o Polo Cultural da Bomba do Hemetério, na zona norte da cidade. O local reúne mais de sessenta grupos culturais, muitos centenários, que representam 95% das agremiações que participam do Carnaval do Recife.
          “Música, dança, arte, fé, religião, gastronomia, sabedoria popular — a Bomba do Hemetério oferece um conjunto riquíssimo de experiências não apenas para o turista que vem de fora, mas para os recifenses, que não conhecem a grandeza desse polo cultural”, diz Gilberto Freyre Neto.
         Esse novo olhar sobre o turismo compartilha os resultados positivos com a comunidade. De acordo com Freyre Neto, as intervenções realizadas aumentam a autoestima dos grupos e permitem a criação de uma nova dinâmica econômica, mais sustentável, que gera renda para a comunidade a partir da valorização de sua história, atividades, habilidades e saberes.
          “Seja nos roteiros do Rica, no Polo Cultural da Bomba do Hemetério ou em outros projetos com o mesmo foco, a integração à cadeia turística gera um círculo virtuoso de valorização, manutenção do patrimônio material e imaterial, aumento do fluxo de visitantes, geração de renda e desenvolvimento”, afirma. 
 


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