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Software Deixa de ser Vendido e se Torna um Serviço (final)

Antes de adotar esse modelo, a contratante deve analisar as restrições de acesso à internet, sua aplicação, sua personalização e sua integração com os demais sistemas da empresa.
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Publicado em Sun Jun 10 12:45:00 UTC 2007 - Edição 453
No modelo de Software como Serviço, abordado na edição passada da Desafio 21, as empresas deixam de comprar licenças e passam a ser assinantes do produto, que se torna disponível pela internet. Isso possibilita diversos benefícios para os contratantes, como redução de custos, agilidade, acessibilidade, flexibilidade e continuidade.
 Entretanto, o SaaS (software-as-a-service) não é apenas uma mudança tecnológica, mas também estratégica, pois nem todos os softwares são adequados ao modelo. Portanto, antes de optar, a empresa contratante deve analisar as suas necessidades com bastante cuidado. Quatro pontos básicos precisam ser levados em conta nesse momento:
 1. Acesso – Como, no SaaS, os softwares funcionam on line no servidor do fornecedor, uma das exigências para sua adoção é o acesso à internet, que precisa ser rápido, estável e redundante. Para fazer efeito, a redundância deve ser feita com operadores distintos. Esses cuidados minimizam a possibilidade de descontinuidade do serviço.
 2. Aplicação – Os sistemas de missão crítica para a empresa, como os responsáveis pelas vendas (frente de loja e estoque), não são recomendados nesse modelo. Mesmo com acesso rápido, estável e redundante, a empresa não está imune à indisponibilidade, o que pode causar perda temporária de receita. As aplicações mais robustas  mesmo não sendo críticas, mas que precisam de alto desempenho de hardware  devem seguir o mesmo raciocínio.
 3. Personalização – Ao optar por um software on demand, a possibilidade de personalização é quase inexistente. Afinal, um dos aspectos que o torna de baixo custo é ser padrão para todos os assinantes. Nesse caso, a empresa contratante precisa se adequar aos processos de negócios do software do fornecedor.
 4. Integração – Por funcionar no servidor do fornecedor e ser padronizado, o software on demand não se integra automaticamente com os demais sistemas instalados da contratante. A troca de informações pode acontecer, contudo, de forma manual, através da importação e da exportação de dados.
 Apesar desses fatores, o Software como Serviço vem avançando com grande velocidade em áreas que não são afetadas pelas restrições técnicas. Um bom exemplo são os sistemas de CRM. Os principais fornecedores desse mercado, como a IBM e a Microsoft, já oferecem há algum tempo seus produtos no modelo on demand. Inclusive, um deles, o SalesForce.com, nem possui o modelo tradicional, ofertando apenas o SaaS.
 Os softwares antivírus são outro exemplo dessa tendência. Fornecedores como a McAfee possuem duas opções para o cliente: adquirir e administrar a segurança por conta própria ou assinar um serviço gerenciado pela McAfee. Outros softwares já atuam do mesmo modo: treinamento a distância, gerenciamento de conteúdo e e-mail marketing.
Não é simples decidir a área da empresa que pode utilizar o Software como Serviço e o momento mais adequado para a mudança. A boa notícia é que esse modelo normalmente permite o teste da implantação para avaliar a adequação ao negócio.

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